Cartola, que completaria 100 anos em 2008, foi vítima da maior injustiça já perpetrada na história dos desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro. Com Saturnino Gonçalves (pai de Dona Neuma), Marcelino Maçu, Zé Espinguela e Carlos Cachaça, criou, em 1928, o Bloco dos Arengueiros, que daria origem à Estação Primeira de Mangueira, a escola de samba mais popular do Brasil. O nome e as cores verde e rosa teriam sido escolhidas pelo próprio Cartola, que também é autor do primeiro samba do grêmio recreativo, Chega de Demanda. Em sã consciência, ninguém nas redondezas do Buraco Quente, Telégrafos, Pendura Saia, Santo Antônio ou Chalé poderia imaginar que, justamente naquele ano, o enredo da escola fosse outro que não o da exaltação da vida e da obra do pai fundador Agenor de Oliveira, o maior poeta do samba. Infelizmente, foi. Em troca de R$ 3 milhões da prefeitura do Recife, a Mangueira levou para a Marquês de Sapucaí a celebração de outro centenário: o do frevo pernambucano.
Recife comemorou o século de frevo com um dos carnavais mais animados e lucrativos das últimas décadas. Só na região central da cidade, 1,5 milhão de foliões foram às ruas acompanhar o Galo da Madrugada e outras 400 agremiações que ali desfilaram. Durante cinco dias de festa, 350 artistas - 90% pernambucanos - fizeram mais de 400 shows. Seiscentos mil turistas foram arrastados para a capital pernambucana, cujo carnaval ganhou destaque no mundo durante a preparação para os desfiles da Passarela do Samba Darcy Ribeiro (o Sambódromo do Rio), acompanhados por 1.150 jornalistas cadastrados, brasileiros e estrangeiros. A movimentação financeira no carnaval recifense de 2008 chegou a R$ 283 milhões, e a Magueira recebeu pouco mais de 1% desse faturamento. "Conseguimos dar uma dimensão internacional a nossa festa. Tivemos uma boa repercussão e uma cobertura excelente. Em grande parte, o interesse pela folia recifense se deveu ao samba-enredo sobre o frevo levado à Marquês de Sapucaí pela Mangueira, no Rio de Janeiro", exultou o então prefeito do Recife, João Paulo Lima e Silva.
No Rio de Janeiro, a Mangueira fez um desfile melancólico, que lhe valeu o décimo lugar entre 12 concorrentes. Por muito pouco, não foi rebaixada. Um fracasso que deveria servir de alerta a outras escolas de samba tão facilmente seduzidas pelos temas patrocinados. Em um dos bairros vizinhos, Vila Isabel, por exemplo, a preocupação redobrava-se, porque, em 2010, Noel Rosa - companheiro inseparável de Cartola - completaria 100 anos. Nenhum lugar no Rio se orgulha mais de uma personalidade do que a Vila de Noel, que inspira nomes e partituras em calçadas, bares, sinucas, açougues, túnel e até em banco (a agência da Caixa Econômica Federal, no Boulevard, por exemplo, se chama oficialmente Agência Noel Rosa). Mas a Vila Isabel tem um xerife: Martinho José Ferreira, que, aos 71 anos, deixou de lado as divergências com a diretoria e assumiu, de pronto, a coordenação do enredo. Contrariando as expectativas iniciais, Martinho inscreveu um samba de 35 versos que disputa na quadra o privilégio de apresentar Noel Rosa para o Brasil e para o mundo. Pode perder o carnaval, mas certamente ganhará no quesito dignidade (letra e vídeo abaixo).
Preguiçoso e malemolente, Martinho da Vila fala cantando e canta falando. Devagar, devagarinho...e sempre. É o maior sambista vivo do Brasil e um pesquisador popular de mancheia, capaz de transformar em sucesso nacional um samba-crônica de 1917 como "Batuque na Cozinha", de João da Bahiana, ou uma toada de congo capixaba, como "Madalena do Jucu", de domínio público. Martinho não é carioca. Nasceu em Duas Barras, município serrano e rural no interior fluminense, em pleno carnaval, 12 de fevereiro de 1938, ano em que, segundo o historiador Hiram Araújo, as agremiações carnavalescas começaram a construir enredos sobre fatos históricos nacionais. “Essa tradição começou quando o nacionalismo fez Getúlio Vargas proibir letras que falassem de temas internacionais”, conta Araújo. Em 1939, lembra, a escola Vizinha Faladeira foi desclassificada ao descumprir a proibição e desfilar com o enredo “Branca de Neve e os Sete Anões." Até hoje, Martinho acredita que o nacionalismo é fundamental para o desenvolvimento da cultura popular.
Com 40 anos de carreira, Martinho da Vila não se limita à música popular. É autor de sete livros - Kizombas Andanças e Festança, Romance Fluminense, Ópera Negra, Memórias de Tereza de Jesus, Lusofonia, Vermelho 17 e Serra do Rola-moça - e acaba de lançar um opúsculo infantil, A Rainha de Bateria. Conta a história edificante de uma menina que morava ao lado de uma escola de samba e tinha muita curiosidade de conhecê-la. De tanto ouvir os sambas-enredo, tirava ótimas notas no colégio, principalmente em História do Brasil. O boletim escolar tornou-se a credencial para que ela acabasse se tornando rainha de bateria.
Martinho da Vila será protagonista de um documentário da cineasta Isabel Jaguaribe, a mesma que assinou, em 2003, "Meu Tempo é Hoje", sobre Paulinho da Viola. O filme é baseado nas relações do cantor e compositor brasileiro com a África lusófona. Ele acaba de chegar de uma turnê de 45 dias em Portugal e já está de malas prontas para uma viagem ao Chile e ao Uruguai. Antes de partir, Martinho conversou com o Passavante. Disse acreditar que a Vila poderá repetir o êxito do desfile Kizomba, Festa da Raça, de 1988, quando, sob sua batuta, a escola foi, pela primeira vez, campeã do Grupo Especial.
1 – Você tomou as rédeas do enredo da Vila Isabel no centenário de Noel Rosa. Qual a sua expectativa?
A Unidos de Vila Isabel vai fazer uma festança para ele (e com ele) no próximo carnaval, ocasião em que o gênio será laureado com o enredo Noel – A Presença do Poeta, tema que sugeri ao carnavalesco Alex de Souza. O pesquisador Alex Viana escreveu a sinopse, baseando-se na biografia do Noel Rosa, escrita por João Máximo e Carlos Didier. A minha expectativa é de que consigamos fazer um desfile do nível do Kizomba, A Festa da Raça, mas com outras características. Também estou concorrendo com um samba na quadra.
2 – Você deixou Vila Isabel para morar na Barra da Tijuca. Você se arrepende?
Não me arrependo, mas sinto muitas saudades do bairro de Vila Isabel. Pra matar a saudade, estou sempre por lá. Tenho filhos que moram no bairro, onde também mantenho meu escritório. Quando chego de viagem, saio do aeroporto e costumo dar uma parada na Vila para ver os amigos e sentir o clima do bairro antes de ir para a Barra da Tjuca. Mas também tenho em Duas Barras, minha cidade natal na região serrana, uma propriedade rural (Martinho comprou a fazenda onde nasceu, ao descobrir que estava à venda). Duas Barras compete com o bairro de Vila Isabel. Meu tempo de folga é dividido entre esses dois lugares.
3 – É possível conciliar o sucesso com um trabalho de composição sofisticado?
É muito possivel, desde que a sofisticação não retire a essência popular, que é o mais importante. Gosto de gravar discos temáticos e vários deles, como o Canto das Lavadeiras, foi concebido a partir de pesquisas na cultura popular, onde me abasteço e que é essencial ao meu processo de criação.
4 – Além de Noel Rosa, evidentemente, você destacaria algum outro compositor genial no Brasil. Digamos, uns cinco?
É impossivel, porque não temos somente cinco maiores compositores. É muito mais. Muitos compositores geniais.
5 – Com 40 anos de carreira, qual a reflexão que você faz sobre a música e a cultura popular no Brasil?
Não gosto muito de falar, prefiro cantar e escrever, mas dizem que canto falando e muitos acham que escrevo melhor do que falo. Nasci na cidade de Duas Barras, no Rio de Janeiro, mas a minha infância não foi no interior. Passei na favela Boca do Mato, onde morava com muitos parentes e amigos que vieram de Duas Barras e de várias outras cidades fluminenses e de todo o Brasil em busca de novas oportunidades de vida. Lá, na Boca do Mato, nos reuníamos para cantar, conversar, festejar e fui muito influenciado por isso. E assim tive meu primeiro contato com a folia de Reis, os calangos e o mineiro-pau. Acho que a minha carreira é resultado desse caldo cultural.
Desde Carmem Miranda, a nossa música vem se expandindo pelo planeta graças a nossos artistas. Se houver um projeto bem planejado e uma boa estratégia, a nossa MPB tem condições de impulsionar o Brasil para o seu destino de ser uma grande potência mundial. Não só musicalmente. Para isso é necessário apenas um pouco de nacionalismo. Sou de opinião que, ao menos em termos musicais, devemos ser nacionalistas. Acredito piamente que a nossa música popular ainda vai suplantar a americana no consumo mundial. Se eu fosse Presidente da República, decretaria que o Ministério das Relações Exteriores desse instruções a todos os nossos embaixadores para que, no Sete de Setembro, Dia da Independência, organizasse, junto com o Ministério da Cultura, eventos de música popular em todos os países onde temos representação. Com uma ação dessas, teríamos, anualmente, um dia em que a nossa música popular estaria sendo mostrada em muitos países.
Cláudio Renato
O SAMBA DE MARTINHO DA VILA SOBRE NOEL ROSA - 2010
Compositor: Martinho da Vila
Intérprete: Wantuir
Se um dia na orgia me chamassem
Com saudades perguntassem
Por onde anda Noel?
Com toda minha fé responderia
Vaga na noite e no dia
Vive na terra e no céu
Seu sambas muito curti
Com a cabeça ao léu
Sua presença senti
No ar de Vila Isabel
Com o sedutor não bebi
Nem fui com ele ao bordel
Mas sei que está presente
Com a gente nesse laurel
Veio ao planeta com os auspícios de um cometa
Naquele ano da Revolta da Chibata
A sua vida foi de notas musicais
Seus lindos sambas animavam carnavais
Brincava em blocos com boêmios e mulatas
Subia morros sem preconceitos sociais
Foi um grande chororô
Quando o gênio descansou
Todo o samba lamentou ô ô ô
Que enorme dissabor
Foi-se o nosso professor
A Lindaura soluçou
E a dama do cabaré não dançou
Fez a passagem pro espaço sideral
Mas está vivo neste nosso carnaval
Também presente Cartola
E o Bando dos Tangarás
Lamartine, Ismael, Aracy e outros mais
E a fantasia que se usa
Pra sambar com o menestrel
Tem a energia da nossa Vila Isabel
Como fã de Martinho da Vila e repórter que 'cobre' e pula carnaval, não resisti: mal cheguei na redação e já fui logo lendo o Passavante.
ResponderExcluirNão homenagear Cartola foi um erro que a Mangueira jamais poderá reparar. Ainda bem que a Vila Isabel não seguirá o mesmo caminho. Noel foi, é e sempre será a cara da Vila. Assim como Martinho.
Essa entrevista foi feita por email? Se a resposta for sim, devo concordar que Martinho é melhor escrevendo. Arracar uma frase completa deste homem ao vivo no rádio é um suplício! Artista genial de pouquíssimas palavras...rs
Excelente!
Só uma observação: é melhor colocar apenas o link para o vídeo no blog. A música da colagem feita por você no post anterior está se misturando ao som do samba-enredo de Martinho tornando difícil a compreensão!
Um beijo grande.
Bom dia, Priscilla.
ResponderExcluirObrigado pela participação mais uma vez. Sua observação é importantíssima.
`
Para ouvir o samba de Martinho, ou qualquer outro vídeo postado no Passavante, basta que leitor vá ao post relacionado à Bidu Sayão e a Villa Lobos - "Se fosse fácil, todo mundo era" - e clique no autofalantezinho, na parte superior esquerda.
Beijo!
Cláudio Renato
Grande post, meu caro. O samba parece muito antigo, antiquado até. Daqueles que tem melodia, poesia e letra lapidada em contornos líricos. Do Martinho, portanto. Como poderia ser também de outros tais. Mas do Martinho tendo em vista que fala da Vila, da genialidade do mito, das subidas ao morro sem medo para conhecer e colher sua arte. Narra a obra de Noel. Bela contribuição a este universo irreverente, transgressor, incorrigível e incontrolável que é a Internet.
ResponderExcluirdez!! nota dez!!!
ResponderExcluirabraços da apuração....
Pois é, meu amigo... A Vila pode contar com o Martinho, que bateu o pé e avisou: o enredo de 2010 é o centenário do Noel. Ponto. Quem ganha é a escola, o carnaval, e claro, o samba.
ResponderExcluirQuem é, hoje, o xerife da Mangueira? Deixa pra lá...
E além de bater o martelo sobre qual enredo (mas alguém de sã consciência teria dúvida?)escolher para o próximo Carnaval, Martinho ainda nos presenteia com esse sambão gostoso, bem como disse o Lau, lembra aqueles sambas dos anos 80, anos 70... A batida mais melódica sem pressa, cadenciada, e a voz mais cantada e não berrada. O Wantuir canta mesmo, não parece aqueles puxadores esgoelados, que mais berram do que cantam. Também, né? Quem compôs é o cara que canta falando e fala cantando. Sabe o que faz, chega a ser um crime berrar ou gritar a poesia do mestre do samba de breque.
Devagar, devagarinho,sabe como é... No samba, talento não é rapidez: é malandragem, fala mansa. Salve os calangos e os mineiros-pau, salve Martinho, salve Noel!
Mas Cláudio, o que será que o Caetano achou da escolha do enredo da Vila, filho?
Abração, Crena!
Desculpe pela minha trapalhada, CR. rs
ResponderExcluirAgora, em casa, consegui ouvir o samba-enredo. Uma delícia! Pude até me imaginar cantando esse samba na Avenida... carnaval 2010 vem aí!
Mas você não me respondeu: a entrevista foi ou não por email? Por favor, mate a minha curiosidade jornalística...
Beijos
Aos leitores:
ResponderExcluirA entrevista com Martinho da Vila foi feita por e-mail, com a inestimável ajuda da Rejane Bueno Guerra, assessora de imprensa do cantor e compositor.
Sir Renato,
ResponderExcluirRealmente, não me lembro de humilhação maior nos desfiles do Rio de Janeiro do que àquela imposta pela diretora da Mangueira à memória de Cartola. A Mangueira é reincidente nesse tipo de gafe. Em 1989, se a memória não me falha, a Mangueira fez um enredo, "Trinca de Reis", em que homenageava Chico Recarey, controvertido "rei da noite". O puxa-saquismo de nada adiantou e ainda foi castigado, porque a Mangueira, na ocasião, ficou em décimo primeiro lugar. Claro que a comunidade do morro e os apaixonados pela Verde e Rosa não têm nada a ver com essas histórias. Por eles, a Mangueira sempre estaria louvando Cartola, Marcelino, dona Zica, dona Neuma.
Mas, como você disse, a Mangueira não tem um Martinho da Vila. Nessa hora, de turbulência e de ganância, a voz da experiência precisa falar mais alto.
Repito: a Mangueira é uma das instituições culturais populares mais importantes do Brasil, assim como o Galo da Madrugada, que não tem nada a ver com essa história. Esperto foram os pernambucanos, que fizeram sua obrigação, a de divulgar o centenário do frevo, uma instituição que nada tem a ver com os cariocas.
O samba do Martinho é um primor. Estou torcendo por ele e pelo povo da Vila Isabel
Abraço forte,
Graciano Filho - João Pessoa (PB)
Até que enfim o nosso querido Martinho voltou a respirar em paz o ar da Vila Isabel. Já estou imaginando como será os meses de preparação para o Carnnaval... o bairro vai ferver! E, no meio disso tudo, Martinho, com aquele ar despreocupado, leve, sem perceber como emociona quem está em volta - como foi no dia em que ele inaugurou aquele trecho de partitura na Praça 7, lembra? de "Renascer das cinzas".
ResponderExcluirBeijo!
Comentário de Vítor Souza, da comunidade da Estação Primeira da Mangueira no Orkut
ResponderExcluirVitor de Souza
é mangueira em 2008 cometeu uma ''gafi'' enorme,por nao ter falado do cartola,trocou a tradiçao e a raiz da escola por $$$$,poderia nao ter rendido esse dinheiro todo,mais pelo menos raça e emoçao nao faltaria no desfile, o que acabou acontecendo com o desfile de 2008 que apesar da grana,todo o desfile foi de uma melancolia incrivel,eu sou manguerense mais tbm nao sou cego e sei ver quando minha escola nao vem bem...Mais tirando essa parte,esse texto me pareceu um pouco presunçoso,pois depois desse comentario do desfile da mangueira vem falando só da vila isabel,do martinho puxando o saco pelo samba dele...embora mangueirense eu respeito a historia de outras escolas e suas torcidas tenho até simpatias por umas,mais se a intençao de quem botou esse topico foi para ofender se deu mal,pq a mim nao me abalou em nada isso foi passado,estamos centrados no carnaval de 2010 e a vila isabel tbm como todas as escolas de samba nao é santa,sempre tem um podre... e tbm para finalizar para homenagiarmos um individuo como o cartola que foi o nosso grande fundador nao precisamos de ano especifico,nao ta escrito em nenhum lugar que a mangueira cometeu um crime por nao ter falado de cartola em 2008,foi sim um vacilo mais tbm nao foi nem um crime ediondo,se nao falamos em 2008 poderemos falar em 2011 que ano for pq para homenagear uma pessoa como o cartola nao precisa de ano especifico pq o maior presente que ele deixou aqui na terra foi a mangueira e isso nemhuma homenagem que fizermos vai ser tao grande como o que ele nos deixou de lembrança...saudaçoes de um mangueirense apaixonado e racional...rsrsrsrs...
Caro Cláudio, não sou fã fervoroso do Martinho, como você (e tanta gente), mas reconheço o valor do artista, que tem algumas belas canções. Contudo, não achei a letra em homenagem a Noel "isso tudo", pelo contrário. Não conheço a melodia, mas se o samba perder não será o caso de chorar sentado numa beira de calçada lá da Vila. // Afora isso, naquela colagem bem interessante que você criou, ao som do Villa-Lobos, me chamou especialmente a atenção a presença do Rivelino: eu sabia que um dia você iria assumir seu pansexualismo tardio!!! Agora, cá pra nós, bigode por bigode, prefiro o do Fred Mercury - que também podia estar lá, berrando que We Are The Champions... My Friend!
ResponderExcluirMais comentários de integrantes da comunidade da Estação Primeira de Mangueira, no Orkut:
ResponderExcluirManGuerreira®
o povo tem mania de falar do que não sabe.
sou pernambucana e mangueirense acima de tudo.
esse dinheiro todo, shows dos artistas pernambucanos e o sucesso do galo da madruga, não foi por causa da mangueira tem falado do centenário do frevo. carnaval de recife já é reconhecido MUNDIALMENTE e nunca precisou "usar" nenhuma instituição para faturar mais.
e outra, o centenário do frevo foi em 2007.
e pra vocês que não sabem, galo da madrugada a muito tempo já passou desse 1,5 milhões de pessoas nas ruas. esse ano passamos com 3 milhões de pessoas nas ruas só no dia do galo.
quando a mangueira estava desfilando, paramos nossas programações para acompanhar o desfile e foi uma emoção total nas ruas do recife antigo. mesmo de baixo de chuva e das graves acusações ninguém criticou como certas pessoas fizeram. 10:17 (7 horas atrás) Rafael
É MENTIRA, tudo uma grande Farsa.
EU FIZ o enredo sobre o Cartola e ofereci o dobro de dinheiro que tinha captado de maneira legal por um projeto na Lei Rouanet que foi o projeto de dinal de curso do meu Mestrado. R$6 milhões, integralmente captados na Eletrobras e Petrobras.
A Mangueira não quis fazer pois suas "interlocutoras" tinham problemas pessoais com Cartola e Sua Família. Falaram que tinham que fazer antes do Pai dela que do Cartola.
Não foram leais com a nação Mangueirense. 10:22 (7 horas atrás) gAbriElA
Falou e disse, eu estava no marco zero e posso comprovar isso, a programação parou e todos assistiram emocionados ao desfile da manga, pena que o mesmo ficou bem aquém do que esperavamos. O frevo pernambucano ñ depende e nunca irá depender de exposição no sudeste para ser forte, pois ele já é grande pela própria natureza. Prva disso são as aglomerações de pessoas nas ruas de Recife e Olinda
saudações mangueirense 15:02 (2½ horas atrás) Sandro
Ai que alívio...
Até que enfim alguém teve coragem de dizer aquele negócio que todo mundo sabia,mas não podia mencionar em público, ou fingia que não sabia, por que era conveniente fingir!
Então eu não sou um lunático fanático mangueirense que falo as coisas sem o mínimo conhecimento!!! UFAAAAAAAA! 15:21 (2 horas atrás) Caio
isso era a mangueira!
Márcio Beck, do Jornal do Commercio, nos manda por e-mail suas observações:
ResponderExcluir"Vender carnaval é feio, vá lá, mas é a atual saída para as escolas se descolarem do velho modelo de financiamento pelos bicheiros, modelo este que os traficantes adorariam assumir a direção, motivo pelo qual - supõe-se - mataram tantos diretores das principais escolas ao longo dos últimos anos (o que foi alvo de excelentes reportagens do Aluízio Freire, d'O Dia).
Contudo... qualquer manifestação cultural em que os participantes tenham como objetivo, meramente, o vil metal, está fadada ao fracasso.
Vender carnaval quando uma data digna de celebrações se impõe, como o centenário de Cartola, é mais do que gafe. É crime doloso (intencional), já que ninguém lá da 'comunidade' pode alegar que desconhece o aniversário do patrono da escola.
Importante ressaltar que falo com a doce isenção de quem odeia carnaval e samba.
abração !"
Na minha humilde opinião: os mais belos sambas-enredos do carnaval carioca foram compostos por Martinho da Vila!
ResponderExcluirCOMENTÁRIOS
ResponderExcluirAndré, da comunida Estação Primeira de Mangueira, no Orkut
O problema não foi o FREVO!!!
VAMOS SER SINCEROS,
O PROBLEMA EM 2008 NÃO FOI O FREVO E COM TANTOS PROBLEMAS E CONFUSÕES, GRAÇAS A DEUS QUE A MANGUEIRA NÃO HOMENAGEOU O CARTOLA NESTE ANO, CARTOLA MERECE COISA MELHOR E A HOMENAGEM AINDA VEM A ALTURA DO MESMO E DA NOSSA MANGUEIRA.
PRA UMA BEIJA-FLOR QUE FALOU DE "MACAPÁ" E FOI A CAMPEÃ... IMAGINE, O FREVO EM 2008 FOI O ENREDO MAIS VOLTADO AO CARNAVAL QUE O RJ TEVE...
AGORA A INCOMPETÊNCIA FOI DA DIRETORIA/CARNAVALESCO/COREÓGRAFO OU SEI LÁ DE QUEM... SE TIVESSE FEITO UM TRABALHO BONITO RENDERIA O TÍTULO. QUERO DIZER QUE (NADA CONTRA A MACAPÁ), MAS, PERNAMBUCO COM SEU FREVO TEM MAIS HISTÓRIA E PODERIA TER RENDIDO UM TÍTULO SIM!! COMEÇAMOS PELA "COMISSÃO DE FRENTE" TOSCA QUE FOI PRA AVENIDA!!! A CULPA É DE QUEM? DO FREVO?
O CARRO ABRE-ALAS FOI O CARRO MAIS FEIO QUE A MANGUEIRA JÁ COLOCOU!!!! E DE LONGE LEMBRAVA O BRASÃO DE RECIFE... O CARRO DO BLOCO DAS FLORES, ILUMINAÇÃO PÉSSIMA... E O QUE ERA AQUELE CARRO DE "CARTOLA"? QUANDO DESPONTOU NA AVENIDA PARECIA QUE O CARTOLA TAVA CANTANDO EM CIMA DE UM ÓCULOS ESCURO GIGANTE. E A CULPA? DO FREVO??:
VIRADOURO FALANDO DO "ARREPIO" (OLHA SÓ A DIFERENÇA DE ENREDO), COLOCOU UM CARRO HOMENAG. A CARTOLA FOI BEM BONITO.
HÁ, PESSOAL, QUERER FALAR QUE A MANGUEIRA FICOU MAL POR CAUSA DO ENREDO É BRINCADEIRA NÉ? FICOU MAL PORQUE O TRABALHO FOI DE "´PÉSSIMA QUALIDADE", ISSO MESMO, PÉSSIMA QUALIDADE...
ATÉ O CHÃO DA MANGUEIRA NÃO PASSOU NA AVENIDA, E O QUE ERA AQUELAS 3 ALAS TODAS VERDES COM UM ENFEITIZINHO NA CABEÇA!? NOSSA!!! FOI HORRÍVEL, NÃO PELA HISTÓRIA DO FREVO QUE GARANTO QUE QUALQUER OUTRA ESCOLA EM 2008 FICARIA ENTRE AS 3 MELHORES.
OBS. O CARNAVAL DE RECIFE É MARAVILHOSO MESMO E PAROU, PORQUE ESTAVA SENDO HOMENAGEADO PELA NAÇÃO MANGUEIRENSE... CLARO E OBVIO QUE DEVERIA TER PARADO. MAS, DEPOIS DO DESASTRE QUE PASSOU NA MARQUÊS, GARANTO QUEM TAVA EM RECIFE SE ARREPENDEU DE TER PERDIDO UMA HORA DE FESTA!
REPITO: GRAÇAS A DEUS QUE CARTOLA NÃO FOI HOMENAGEADO, SE NÃO SERIA AINDA PIOR PARA MANGUEIRA. HOMENAGEAR CARTOLA EM UM ANO TÃO CONTURBADO
DA COMUNIDADE NOEL ROSA, DO ORKUT
Bruno
Era mangueirense doente e até hoje sinto rancor da escola por não ter homenageado Cartola. Parabens Vila Isabel!!! Que a escola sirva de exemplo pra indústria que virou a estação primeira de mangueira. 10:44 (7 horas atrás)
DOM KARLO ♪
Embora salgueirense, também me causou estranheza a decisão da diretoria da Mangueira. O pior de tudo é que não há como consertar. Nem explicar. Pelo menos fica o protesto dos amantes da MÚSICA POPULAR BRASILEIRA que têm o maior apreço por um compositor decisivo na nossa história., como o Cartola. Certamente, a nação mangueirense também se decepcionou, irremediavelmente. 10:56 (7 horas atrás
jairo rezende
Deois que inventaram esse negocio de enrredo patrocinado ,os sambas cairam de produção,perderam a criatividade. As Escolas de Sambatem que repesar isso. Hoje não se faz mais grande sambas por isso.
É sempre muito importante ver uma iniciativa dessa. Importante que no começo do texto é explanada a situação das escolas cariocas, que nos últimos anos vem decepcionando muito os que gostam de carnaval. Vendidas ao poder do capital empresarial e com sambas medíocres, nos quais imperam os gritos e a fraca letra.
ResponderExcluirMartinho há muito tempo vem sendo injustiçado pela agremiação de Vila Isabel, e mais uma vez por motivos políticos (empresariais). Deve ser ele, com seu talento absurdo, um samba "antigo" (no sentido mais que positivo da expressão) e sua malandragem herdada de Noel que deve mostrar que a Vila faz samba também!!
Meu amigo.
ResponderExcluirEscrevo-te, como bem sabes, desta beleza de praia que é Santo André, no sul da Bahia - de onde, aliás, liguei-te ontem mesmo quando, sob o sol escaldante e o vento imcomparavelmente maravilhoso do Nordeste do Brasil, escutava num alto falante (eu, que sou do samba, você sabe!), Raimundo Fagner, esse gigante, esse imenso talento de quem tanto gostamos (e por isso te liguei).
Pois bem, é pra te agradecer mais uma vez por ter criado este blogue que, assim acredito, ajuda-nos a sair da mesmice do que lemos-vemos-ouvimos por aí, na nossa moribunda (anotem isso, mo-ri-bun-da, porque as coisas estão mudando) "imprensa formal".
Martinho da Vila, o maior entre os maiores e a quem, graças a minha querida mãe, escuto desde os primórdios de fraldas e chupetas... Martinho, esse todo feito de voz, cadência e genialidade que há tanta vida me acompanha... Esse que dividiu águas na forma de se cantar a grande música do Brasil, esse que torna mais belo o nosso dengo tão brasileiro...
Antes do fim - e agüenta que já volto pro nosso Rio pra fazermos aquelas entrevistas tantas vezes adiadas e praquele goró sempre necessário pra malhar os canalhas -, antes, quero apenas te dizer - e aos teus leitores - que, sobre esse crime que a Mangueira cometeu em 2008, a indignação me tomou e eu falei em outubro de 2007, sem meias palavras (como também faz você!), lá no bloguinho, em "Como assim, Mangueira?". Querendo, pode ser lido em: http://sbvagabundos.blogspot.com/2007/10/como-assim-mangueira.html
Tô com saudade, parceiro!! Um beijo (alö, Brunoq, procê também).
Guardo o Martinho na memória das ruas descalças de Cordovil (subúrbio da Leopoldina)onde as rodas ferviam espontaneamente ainda sob o Estado da Guanabara. Mas, para ser franco, concordo com o Ouro Preto sobre a letra do samba.
ResponderExcluirAlô! Edu Carvalho. Faz um favor, pro seu amigo, diz ao Batatinha, aí na Bahia, que tô com ele: "O samba bem merecia ter Ministério algum dia. E para ser ministro, Paulo Cesar Batista Faria".
Um grande abraço!!!
Mais dos comentários da comunidade Noel Rosa, no Orkut
ResponderExcluirBruno
Quando vou no ensaio da Mangueira e toca o samba do frevo... "mandou me chamar... eu vou... pra Recife festejar..." cruzo os braços e deixo de curtir, como forma de protesto ao que fizeram rssss sei q é um protesto solitário, mas me sinto desconfortável em cantar um samba-enredo que não deveria estar ali, e sim uma justa homenagem a Cartola.
26 set (14 horas atrás) Marco
ISSO É UMA VERGONHA!!!!! ( Boris Casoy )
MAIS COMENTÁRIOS DA COMUNIDADE DA ESTAÇÃO PRIMEIRA DE MANGUEIRA, NO ORKUT
ResponderExcluir¢яιѕ ♥ мαиgυєιяα
justamente, dados revelados pelo ex-prefeito do recife.
e como falei antes, o centenário do frevo foi em 2007. e nosso carnaval a cada ano cresce e nunca precisou explorar ninguém.
claro que com uma escola como a mangueira conhecida e aguardada por todos dá ibope e aumenta a visibilidade do enredo.
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recife parou, chorou (de emoção) ficaram chateados com o sacanagem que fizeram com a mangueira. eu tive a oportunidade de ver alguns desenhos de fantasias e a preparação da escola e não estavam feias. mas tudo o que a mangueira fizesse nesse ano não daria certo. desde o fim do carnaval de 2007 que se comentavam centenário de cartola pra lá, pra cá e cada um que desse ordem e enredo.
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em quanto a mangueira pensava se homenagearia cartola ou outro enredo portela seria uma das favoridas ao enredo do frevo. em 97 portela falou de olinda.
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a primeira informação que tive foi que pra 2009 é que seria uma possível homenagem à cartola.
é tanta coisa que melhor nem comentar mais. 25 set (3 dias atrás) Lé...
Mangueira deveria nesse ano prestar uma bela homenagem ao Frevo!!! Falo sério...
Primeiro pq considero que a escola ainda não a fez (a homenagem)!!! E depois, pode ser uma forma da escola exorcizar fantasma de 2008, ganhar uma grana da Pref. de Recife, que parece que também não ocorreu a grana...
Seria bom pra todo mundo!!!
DA ESTAÇÃO PRIMEIRA DA MANGUEIRA, ORKUT
ResponderExcluir100 anos
No GRES Mangueira não tem mais sambistas!!!
É isso mesmo...
No morro ainda tem alguns, mas nem na escola vão.
Não sabem quem foi Maçu, Cartola, Carlos Cachaça, Zé da zilda, Padeirinho...
O negócio lá agora é cocaína. 17:51 (2 horas atrás)
♫Filipe
Mangueira caiu como folhas secas
CORREÇÃO: OS DOIS ÚLTIMOS COMENTÁRIOS SÃO DA COMUNIDADE NOEL ROSA. O PRIMEIRA DE JAIME MEIRA, 100 ANOS; O SEGUNDO DE FILIPE SOUZA.
ResponderExcluirFALAM OS MEMBROS DA COMUNIDADE MARTINHO DA VILA, NO ORKUT:
ResponderExcluirSandro
Como Mangueirense, e acima de tudo, conhecedor de um pouco da história da minha escola, e de alguns acontecimentos acerca dela, devo dizer que o texto comete um equívoco ao afirmar que a Mangueira "se vendeu" a um enredo patrocinado.
Os motivos pelos quais a escola não homenageou seu fundador no ano do centenário, foram POLÍTICOS, inclusive, foi noticiado a exaustão, que até mesmo a homenagem na última alegoria daquele desfile, que trazia uma homenagem à CARTOLA, somente foi permitida após muita discussão e negociação com a famíllia, ou herdeiros, como queiram, do ilustre Mangueirense.
A Mangueira, instituição, naquela época não fez o enredo POR QUE FOI IMPEDIDA DE FAZÊ-LO.
Só pra ilustrar essa triste página do carnaval carioca, e da própria Mangueira, que infelizmente, por conta de vaidades, deixou passar a homenagem, que já foi feita em outro ano, mas que caberia perfeitamente em 2008.
Quando a vaidade se sobrepõe à instituição, quem perde é a própria instituição. A MANGUEIRA ESTÁ SE REERGUENDO DEPOIS DA DESTRUIÇÃO CAUSADA POR ESSAS SANGUESSUGAS! 29 set (1 dia atrás) Felipe
Concordo plenamente com o Sandro, só acho que nem todos que estavam na direção da Mangueira são culpados, tinha muita gente boa trabalhando na gestão anterior da escola, e na minha opinião, na antiga diretoria tinha gente que se importava muito mais com a Mangueira do que a maioria das pessoas da diretoria atual...
e quanto ao samba do martinho, pra mim não existe nenhuma duvida que o samba dele é o melhor, é um samba que se for bem interpretado na avenida tem tudo para estourar e fazer sucesso.
100 anos
ResponderExcluirÉ triste
É feio...
Mas é verdade!!!
Sem memória não existe futuro pra buscar um mínimo de justeza.
Sem memória o que resta é a mídia, a idiotização e a criminalidade.
É o sistema da televisão.(Aqui pelo menos falamos e somos respondidos, há diálogo. TV não é só ela falando e te levando pra vala dos teleguiados.) 19:31 (2½ horas atrás)
RUI DE CARVALHO
Show no Centro Municipal de Referência da Música
Amigos, Noel Rosa fará 100 anos no próximo ano. O poeta continua mais vivo do que nunca. Agora, nos dias 13 e 14 de novembro de 2009, sexta e sábado, às 19 horas eu, Rui de Carvalho, e o grupo Samba na Cabeça estaremos cantando e tocando Noel Rosa, João Nogueira e chorinhos. Mais informações. O show será gravado e filmado. Ouça-me cantado Noel no www.myspace.com/ruidecarvalho
Da comunidade da Unidos de Vila Isabel, no Orkut
ResponderExcluirPaulo
É muito triste que uma escola não preste a justa homenagem a um dos seus ícones. ainda bem que com a nossa Vila a coisa está diferente!