terça-feira, 6 de outubro de 2009

La Reina Negra de la America

El diamante fino que alumbra nuestra alma serena
Há exatamente cinco anos, em 6 de outubro de 2004, o cantor e compositor cubano Pablo Milanès apresentou um recital histórico no Estádio Luna Park, o centro cultural mais importante de Buenos Aires, com 7 mil metros quadrados e capacidade para 6,4 mil pessoas. Expoente da chamada Nueva Trova, Milanès é muito popular na Argentina. Ele começou a tornar-se conhecido internacionalmente no final da década de 1960, quando se juntou ao também poeta, músico e cubano Silvio Rodrìguez. Gozavam do mesmo prestígio e amargavam semelhantes desventuras de outros artistas latinoamericanos em escaramuças contra as ditaduras que se insinuavam ou já assolavam o continente, como os chilenos Victor Jara (barbaramente torturado e assassinado pelo governo do general Augusto Pinochet em 1973) e Violeta Parra (que, morta pela depressão, suicidou-se em 1967), os brasileiros Chico Buarque e Milton Nascimento, o uruguaio Daniel Viglietti e a argentina Mercedes Sosa.

Teatro lotado, concerto em andamento, Pablo Milanès feliz. Quando o teclado e o violino introduziram os primeiros acordes de Años - a antológica e ontológica canção de ninar a velhice e filosofar o tempo - Milanès foi interrompido por uma voz inconfundível, simultaneamente forte e altiva como um índio quechua e doce como as laranjas do Tucumán. Era a senhora Haydèe Mercedes Sosa, que estava na platéia e colheu, de surpresa, a emoção do público.

Milanès a chama de La Reina, a rainha. O povo a conhece como La Negra, a mestiça.

La Negra Sosa solta a voz: "El tiempo pasa/Nos vamos poniendo viejos..."

O público segue em uníssono: "Yo el amor/No lo reflejo como ayer..."

Pablo Milanês gargalha gostosamente.

Mercedes, de óculos, segura um pedaço de papel de onde lê o poema e prossegue cantando: "En cada conversación/Cada beso cada abrazo/Se impone siempre un pedazo/De razón..."

Ela olha para Milanès e pergunta: "Tá bom?" O cubano, que parece transbordar de alegria, responde sorrindo, regendo e manda beijos para La Reina, acompanhado pelo delírio das milhares de pessoas que tiveram a felicidade de testemunhar aquela momento.

Seis minutos da mais pura emoção do dueto à distância, que felizmente foram gravados.

Em 1981, Raimundo Fagner lançou Traduzir-se, mais que um disco, um projeto dedicado ao cineasta Glauber Rocha (morto naquele ano) e uma das mais fundamentais obras da música popular feitas por um artista brasileiro. E lá estão Florbela Espanca, Manzanita e Garcia Lorca, Juan Manuel Serrat, Ferreira Gullar, Ricardo Pachon, Camarón de La Isla, Pablo Milanès e Mercedes Sosa, com quem Fagner divide a intepretação, em espanhol e em português, de Años.

O Brasil, que nunca foi louco por ti, América, demorou a reconhecer o talento de Mercedes Sosa. Pelo avesso, enquanto La Negra já pontificava nos palcos da Europa e dos Estados Unidos, aqui se escarnecia daquela velha índia corpulenta, de poncho vermelho, sempre a tocar bumbo. O primeiro contato que tivemos com Mercedes Sosa se deu graças à gravação de Volver a los 17 para o LP Geraes (1976), de Milton Nascimento, um dos primeiros e raros discos nacionais preocupados com integração continental, em que Milton apresenta também o Grupo Água, do Chile, a interpretar as canções Caldera (Nelson Araya) e Promessas do Sol (Milton Nascimento e Fernando Brandt).

Além de Milton e Fagner, La Negra - a partir da segunda metade da década de 1970 e principalmente nos anos 80 - torna-se amiga, interpreta canções de compositores brasileiros e faz duetos com Caetano Veloso, Chico Buarque, Elis Regina, Vinicius de Moraes, Gal Costa, Djavan, Marcos Valle, Beth Carvalho, Kleiton e Kledyr. E chega a dividir o palco, em São Paulo, em 2007, com a principiante Maria Rita. Sempre elegante, não recusava o convite das cantoras muito mais jovens. Que o diga a colombiana Shakira, que cantou com Mercedes Sosa e tem adoração por La Negra.

O Brasil demorou, mas reconheceu o talento de Mercedes Sosa, a mestiça de ameríndios e europeus que nasceu em Tucumán, a 9 de julho (mesmo lugar e data da Independência da Argentina) de 1935. Quando nos deixou na manhã de domingo, 4 de outubro de 2009, La Negra já semeara o ideal de união voluntária e de autodeterminação dos povos e consolidara uma obra de canções "com fundamento" (como gostava de frisar). Entre as quais, Años, que é eterna, porque nesta vida não existem velhos e moços, mas vivos que se mortificam, mortos que sobrevivem, natimortos e mortivivos, além daqueles muitos anônimos e poucos assinalados que se dignificam na própria história.


Años (Pablo Milanès)

"El tiempo pasa
nos vamos poniendo viejos
y el amor no lo reflejo, como ayer.
En cada conversación, cada beso, cada abrazo
se impone siempre un pedazo de razón.
Pasan los años y como cambia lo que yo siento
Lo que ayer era amor se va volviendo otro sentimiento.
Porque años atrás tomar tu mano, robarte un beso
sin forzar un momento
formaban parte de una verdad.
El tiempo pasa
nos vamos poniendo viejos
y el amor no lo reflejo como ayer
En cada conversación, cada beso, cada abrazo
Se impone siempre un pedazo de temor
Vamos viviendo, viendo las horas, que van muriendo
las viejas discusiones se van perdiendo entre las razones.
A todo dices que sí, a nada digo que no, para poder construir
la tremenda armonía, que pone viejos los corazones.
El tiempo pasa
nos vamos poniendo viejos
y el amor no lo reflejo como ayer.
En cada conversación, cada beso, cada abrazo
Se impone siempre un pedazo
De razón."
Cláudio Renato

18 comentários:

  1. El tiempo pasa...e jo quiero
    volver a los diecisiete... e reencontar Mercedes Sosa, sua força, sua música que uniu os
    latinos na época da mordaça,
    dos sem esperança e dos sem futuro no horizonte.

    A morte de la
    NEGRA ressuscita em nossa
    memória o que é um canto de liberdade sem ser panfletário, e seu
    texto é uma homenagem elegante
    a quem um dia nos devolveu a esperança de ver renascer a democracia. Viva la América!

    Gracias, Cláudio Renato!

    Carmen

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  2. Cláudio, quanta emoção!
    Eu conheci a força de Mercedes Sosa ali por 86, ainda pré-adolescente, por conta de uma nova união de minha mãe com um argentino... Me dava uma dor no peito danada toda vez que a ouvia, e cantando com alguns desses brasileiros que você aqui cita... Uma coisa forte, muito bonita, mas que não sabia explicar.

    Tudo isso hoje, pra mim, infelizmente está perdido em vinis que não temos mais... Mas será devidamente recuperado, algum dia, com a ajuda da internet ou da máquina do tempo que tanto busco - e um dia encontro...

    No mais, é o seu texto de primeira, o melhor que conheço, que mais uma vez vai lá dentro quando diz: "(...)porque nesta vida não existem velhos e moços, mas vivos que se mortificam, mortos que sobrevivem, natimortos e mortivivos, além daqueles muitos anônimos e poucos assinalados que se dignificam na própria história."

    Um beijo, amigo!

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  3. O mais interessante e impressionate em Mercedes Sosa é que ela jamais se rendeu a modismos, a vaidadades e jamais sacrificou a coerência. Não se incomodava em gravar com niguém, desde que, como você disse, tivesse fundamento. Sosa começou com 15 anos, ao ganhar um concurso numa rádio em San Jose do Tucumán. Desde menina sabia o que queria e cantava a canção folclórica (populares) dos índigenas e camponeses. Uma vez brigou como o dono da rádio porque insistia em cantar as canções da sua gente. Uma personalidade incrível! Talvez fosse bom procurar na internet o vídeo em que ela se apresenta com Chico Buarque de Hollada, Milton Nascimento e Gal Costa no programa Chico & Caetano, da Globo, em 1986. Aliás, programas como aqueles, nunca mais, não é?

    Bela homenagem, sir. Belo texto. Vídeo de Mercedes e Milanés emocionante.

    Abraço

    Graciano Filho - João Pessoa (PB)

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  4. Emocionante quando ela solta a voz e depois fica em silêncio, como se tivesse saudando a plateia, então o público continua a cantar, como se fosse uma reverência. Muito bonito. Ela sorri, agradece com os olhos e continua cantando, desta vez sob aplausos das mesmas pessoas, como se estivessem reverenciando mais uma vez - e sempre - que Mercedes cantasse. O reconhecimento e admiração do Milanes também emociona, menos do que a humildade e doçura de Mercedes ao perguntar: 'Tá bom?'

    Belo texo, Crenato! Agora conheço um pouco mais da cantora que frequentava minha casa pelos discos de minha mãe.

    Abraços!

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  5. Nó na garganta, pele arrepiada, lágrimas nos olhos. É assim que estou neste exato momento em que escrevo - com muito gosto - este comentário. Tá bom, eu confesso que sou uma mistura de fortaleza com manteiga derretida. Vai entender! rs

    Poder ver este momento histórico de perfeita interação entre Milanés, Mercedes e uma plateia completamente entregue à emoção dessa belíssima música é emocionante!

    A humildade de Mercedes ao perguntar se estava bom também emociona e impressiona. Num mundo de egos cada vez mais inflados, uma artista incomparável como ela mostra sua grandiosidade na simplicidade de seu gesto.

    "...porque nesta vida não existem velhos e moços, mas vivos que se mortificam, mortos que sobrevivem, natimortos e mortivivos, além daqueles muitos anônimos e poucos assinalados que se dignificam na própria história".

    Palavras certeiras. Texto profundo, CR!

    'Com fundamento' como Mercedes gostava de frisar.

    Obrigada por me proporcionar essa alegria nesta madrugada solitária e gelada no estúdio da rádio. Hoje, além do microfone tive a companhia ilustre de La Negra... que honra!

    Um beijo!

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  6. é como se lá estivesse, meu caro amigo.... parabéns!!

    abraço

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  7. Claudio, quando a vida é tão bem vivida e construída não há o que lamentar. Só aplaudir, não é mesmo?!
    Lugar comum: vc escreve bem de+!
    beijo e saúde!

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  8. Nada a acrescentar, ao que você disse e ao que foi dito pelos comentaristas-seguidores-fiéis, além disso: é muito bom poder encontrar um espaço como este que você criou, dedicado essencialmente à Cultura, à riqueza de textos e sonoridades e artistas mais ou menos esquecidos ou relegados a segundo plano.

    Porque do resto das coisas já temos gente demais cuidando, falando, se exibindo e promovendo às custas delas.

    Seria idealizar demais querer que seu blog existisse em estado puro -- sem precisar mencionar o lado podre dos caetanos velosos ou a inveja despertada pela vitória olímpica do Rio... um blog que tratasse única e exclusivamente de temas e contextos nobilíssimos... já pensou, que maravilha?!

    Mas embora sedutora, reconheço que viver essa idealização seria "se alienar" demais do mundo lá fora, com sua política e suas misérias... mundo que também clama por ti, Caro Cronista.

    Abração!

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  9. Menos uma reacionária bolivariana !!!!! Viva (e sofra) Fidel !!!!!!!!

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  10. Mais uma vez, até ler o texto do Passa, eu fazia pouca ideia do que estava perdendo. Desta vez, por ter quase sempre ignorado a existência de uma artista desta qualidade. Mercedes Sosa pra mim era aquela vozeirona que entoava a tradicional 'Guantanamera'... não que fosse pouco, mas o vídeo pinçado pelo CR da maçaroca de informação audiovisual que é o Youtube revela detalhes interessantes dela, principalmente, como destacou a Priscila, a demonstração de humildade e simplicidade que caracteriza os geniais.

    Outra feliz coincidência foi o apelido relativo à sua origem indígena, da mesma forma como ocorria o melhor guitarrista argentino de todos os tempos, Oscar Marcelo Alemán, El Negro.

    Peço licença ao CR para uma digressão sobre a figura peculiaríssima, e também genial, de Alemán, retratado em documentário do diretor argentino Hernán Gaffet, que entrevistei por e-mail em 2006. O filme é Vida con swing, de 2002, recomendo a todos.

    Filho de uma índia toba e um argentino descendente de europeus, Alemán nasceu em 1909, na região do Chaco. Veio para o Brasil com o pai e dois irmãos, aos 9 anos, e desde os 6 integrava. Aos 11 anos, órfão de pai, e distante da mãe, foi abandonado pelos irmãos em Santos (SP). Autodidata, aprendeu cavaquinho e pôs-se a fazer dupla com um violonista brasileiro chamado Gastón Bueno Lobo, sobre quem não achei mais informações. Fizeram sucesso com uma mistura de ritmos que incluía tangos, sambas, valsas, polcas, boleros, foxtrots e tudo mais o que o povo gostasse na época.

    Na Europa, em 1929, apresentaram-se como guitarristas havaianos até que Alemán seguiu, sem o parceiro, o caminho do jazz. Primeiro na orquestra do trompetista belga Robert de Kers, depois nos famosos Baker Boys, comandados pela diva parisiense Josephine Baker. Além de tocar guitarra, Alemán cantava (em espanhol, inglês, francês e português), dançava, sapateava e contava piadas. O protótipo do showman multitalentoso.

    A ignorância e truculência nazista, no entanto, forçou-o para longe da Europa em 1940, com a França sob ocupação alemã. Após ser atacado por um grupo de soldados alemães, decidiu retornar à América do Sul com a esposa francesa, Malou; num posto fronteiriço, ainda teve "confiscada" sua preciosa guitarra National, cujo corpo de prata ironicamente alemã seria derretida e usada como matéria prima para armamento.

    De volta a Argentina, Alemán organizou um quinteto de jazz com formação semelhante ao do amigo e rival na França, o cigano Django Reinhardt, e manteve algum sucesso, com gravações regulares e aparições esporádicas na TV, mas como o estilo não é parte do 'produto de exportação musical' argentino, sua memória é um tanto obscurecida.

    CR já achou bastante coisa dele no youtube, inclusive uma hilária versão da tradicionalmente lacrimosa Besame Mucho. Alemán gravou também clássicos brasileiros como Tico tico no fubá (uma versão instrumental afiadíssima) e "Nega do cabelo duro". Vale a pena.

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  11. percebi que dois trechos ficaram truncados...

    no segundo parágrafo, faltou um "da mesma forma como ocorria COM o melhor guitarrista"

    no quarto parágrafo "integrava o conjunto musical da família criado pelo pai, o Sexteto Moreira".

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  12. Márcio Beck, agradecemos a aula magna sobre o genial Alemán e as relações muito pouco conhecidas entre músicos latinoamericanos desde o começo do século passado. Abraço.

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  13. Ah, lindo! Muito emocionante mesmo
    Dá pena ver que a galera mais nova nem se deu conta de quem foi Mercedes. Não conhece a nossa América.
    Beijos

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  14. Vendo o vídeo e a reação da platéia, lembrei-me das palavras do escritor, Alberto Costa e Silva. Ele diz, em um de seus livros, sobre a arte iorubana, que querer vencer a eternidade para um nome ou uma obra é um jogo inútil e pobre. E completa:"Fazer imagens é superar a falácia da eternidade e construir uma parte da vida, um ser presente.

    Com Mercedes Sosa a arte cumpriu seu destino, libertou-se inteiramente de seu criador e passou a ser de todos.
    Que nos sirva de inspiração e exemplo.

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  15. Um relato lindo dessa que considero uma voz divina. Parabéns pela perspicácia e sensibilidade na escolha do vídeo e da linha seguida para o texto. Na semana de sua morte devem ter aparecido milhões de postagens, mas cabe à essas qualidades fazer a diferença. Isso que o faz um jornalista exemplar!

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  16. Como se sabe nada absolutamente nada é revelado. Então fazer críticas contra ou a favor seria sempre um exercício de falsidade e demencia, aqui de meu ponto de vista, claro.
    Não julgues para não seres julgados . Lembra-se?
    A meu ver nada merece crítica porque nada absolutamente nada depende ou existe por causa dela. Portanto não tem função.
    Na verdade a vida segue seu curso, as coisas e as almas se mesclam e tudo acontece como mandam aquele que estão bem além de nós, o não conhecido, o não expicado.

    As forças revolucionárias de todos sempre quiseram quebrar esta equação. Extinguir o tempo eterno, mudar o tempo para o aqui e agora, trazer o paraíso que Deus prometeu pro eterno, dempre quiseram por decreto e por genocíos trazer pra agora.

    Sempre quebraram a cara.

    Mas a pedido do amigo, escrevo aqui algumas coisas.

    Essas pessoas de Tche (toc toc toc a Mercedez Souza são ícones vazios ou cantantes bobos dsta maldição que são as revoluções.

    Mudar o mundo e mudar o mundo das pessoas. Quanta loucura e quanta doença. Dominar alguém. Dominar a humanidade. pqp!

    Graças a la vida que se fué, era uma porta voz do atraso terceiro mundista, datado, ancrônico e reacionário que agora essa nova turma nos vários Estados veio para reviver.

    Nada que cantam escrevem ou falam reflete algo de progresso, melhoria da qualidade espiritual e ética da humanidade.Sempre choramingos, choros ou raiva. Quando querem falar de auto estima ou orgulho pessoal logo berram as palavras do confronto, raiva, destruição dos bem sucedidos e ricos. Jamais percebem que a desgraça do mundo é efeito direta dessa multidão que diz querer mudar o mundo.

    O texto do amigo é muito bonito. E dos citados
    fico apenas com a voz de Vitor Jara. Merdedes,e eu a vi quanto apareceu, já é sub produto da primeria onda de artistas engajados que vem desde os anos sessenta. Ela ocupou um vácuo deixado exatamente por aqueles que foram sacrificados pela regimes fortes que se instalaram an região.

    As letras quase nunca são interessantes.Ralçam no homem aquele que ele tem de pior: a raiva, o ressentimento a inveja e a ira.

    Nada disso vai ajudar o ser humano. Nada.
    E sobre essa união continental, a quem serve? Somente a revolução que está em marcha na América do Sul. E mais nada. Pergunte a um cara desses paises se a vida deles melhorou depois que a turma do Forum de São Paulo chegou ao poder. Não . Não vale o pessoal que recebe esmola tipo Bolsa Família.

    Mas vou falar de pessoas que gosto na música.
    As melhores vozes: Geraldo Vandré, Victor Jara
    Dori Caimi(?) Nelson Gonçalves e Bob Dylan (este sim um grande letrista.
    Me desculpe o amigo, mas a mulher do bumbo nem aparece na minha lista.

    Cosme Coelho

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  17. Este comentário foi removido pelo autor.

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  18. O texto de Cláudio Renato me remete a um espetáculo no Gigantinho, o ginásio do meu querido colorado, em Porto Alegre, lá pros fins dos anos 70, início dos 80.
    A acústica não ajudava, a noite estava fria demais para pôr a bunda no concreto, uma ameaça de bomba pairava no ar.
    Os tempos eram outros - e duros.
    Havia gente que sonhava com menos repressão no Cone Sul e Mercedes Sosa podia até não ser a porta-voz da libertação, mas na época era difícil chegar a esse grau de descrença e hipocrisia.
    Depois de tudo, sumiu do mapa.
    Muita gente que ficou não preservou tanta dignidade artística.
    Sim, ela cometeu o desatino de morrer de morte morrida e não pelas mãos das diversas ditaduras que assolaram a América do Sul nos anos 60/70.
    Talvez tenha sido um erro dela - e de todos os que acreditaram nos versos de autores que sucumbiram de forma bem menos natural.
    Pelo menos tem gente que acha isso.
    É o horror!

    Paulo Eduardo de Vasconcellos

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