O francês naturalizado americano Marcel Duchamp (1887-1968) é um dos mais cultuados artistas plásticos dos últimos cem anos. Chegou a ser chamado de gênio visionário e comparado, em importância, ao italiano Giotto di Boldoni (1267-1337), que introduziu na pintura as noções de perspectiva e tridimensionalidade, pilares de sustentação da escola renascentista de Michelangelo, Da Vinci e Rembrandt. Para o poeta, ensaísta e crítico maranhense Ferreira Gullar, tal valorização (paparicação) da obra (?) de Duchamp é uma tremenda idiotice e um dos maiores esbulhos que, perpetrado no século 20, ainda vigora em academias, museus e bienais pelo Brasil e mundo afora.
Os defensores de Duchamp alegam que a revolução promovida pelo artista francês se dá pelo fato de ele não ter se contentado em estimular apenas a visão, a admiração das imagens captadas pelos olhos, mas a troca intelectual do admirador com suas peças. Ao tirar um objeto comum do contexto usual e elevá-lo à categoria de arte, Duchamp anunciava ao mundo que a habilidade manual do artista já não bastava para definir uma obra. As peças prontas, os ready made, inauguravam, destarte, a concepção de vanguarda contemporânea, da arte conceitual.
Duchamp angariou notoriedade mundial quando, com a assinatura R.Mutti, inscreveu em um concurso de arte nos Estados Unidos a peça A Fonte - um urinol comum, branco e esmaltado, comprado, em 1917, em uma loja de material de construção em Nova York. A peça foi recusada pelo júri do concurso por não ter nenhuma intervenção artística, mas, imediatamente, apareceram críticos em busca de chifres na cabeça do cavalo. Eles enxergaram no urinol contornos femininos e recorriam a explicações supostamente psicanalíticas para legitimá-lo como obra de arte: era preciso se ter em mente um membro masculino lançando urina sobre as formas femininas. Ou mesmo sêmen, em caso de masturbação.
Aos 79 anos, Ferreira Gullar é considerado o maior poeta vivo do Brasil. Pelo menos, é o que tem a fisionomia mais expressiva. Ele acredita que a vanguarda se esgotou, ao buscar apenas a novidade e negar a permanência dos valores estéticos. A tal vanguarda conceitual contemporânea tornou-se o movimento mais arrogantemente conservador e hipócrita, principalmente nas artes plásticas. No caso de Duchamp, ele explica: "na olaria, aquilo era um urinol fabricado em linha de montagem. Na casa de material de construção, era um urinol para ser vendido a um bar ou a um restaurante. No bar, não deixaria de ser urinol, onde os homens se aliviariam. Para ganhar o estatuto de obra de arte, depende de um museu. Que vanguarda é essa?" Ou seja: segundo o poeta, é a instituição que confere a legitimação de obra de arte. "Ou a obra é de vanguarda ou é institucional, as duas coisas é um contrassenso."
Há exatamente 50 anos, Ferreira Gullar redigiu o Manifesto Neoconcreto, que marcou o rompimento do grupo do Rio, encabeçado por ele, Lygia Pape e Mário Pedrosa, com os concretistas de São Paulo. Por causa da efeméride, Gullar tem sido muito procurado para explicar por que rompeu com o movimento. Autor de um livro intitulado Argumentação contra a morte da arte, o poeta diz que não podia mais tolerar o esquematismo matemático e racionalismo dogmático impostos pelos paulistas. Jamais foi perdoado pelos irmãos Augusto e Haroldo Campos e por Décio Pignatari, os corifeus do programa concretista. O didatismo de Gullar é de contundência e lucidez impressionantes. "O concretismo deveria se chamar abstratismo, porque, para se aproximar do concreto é necessário um somatório de atributos. Quando se escreve a palavra "gato", se está tratando de uma abstração. Mas quando se escreve do "gato preto do seu José que mora na última casa da rua tal, no quarteirão tal, aí vamos nos aproximando do concreto."
A obra poética de Ferreira Gullar é indestrutível. O Poema Sujo, concebido em 1976 durante o exílio em Buenos Aires e trazido ao Brasil, clandestinamente e gravado em fita cassete por Vinícius de Moraes, é uma das obras mais estudadas da literatura brasileira atualmente. Sob a angústia das ditaduras militares, Gullar decidiu "escrever um poema que fosse o meu testemunho final, antes que me calassem para sempre". Gullar é autor de 21 livros de poesia - 15 individuais e seis antologias -, dois de contos, 14 ensaios, uma peça teatral (Um rubi no umbigo, 1979) e uma biografia (Nise da Silveira: uma psiquiatra rebelde, 1996). Produziu textos originais e adaptações para a televisão, o teatro e o cinema. Em 2002, fez a melhor tradução para o português de Dom Quixote de La Mancha, de Miguel de Cervantes. É autor do belíssimo poema Traduzir-se, musicado e gravado por Raimundo Fagner em disco antológico de 1981, lançado em toda a Europa e na América Latina, um marco na música popular brasileira.
Já da obra de Marcel Duchamp, não se pode dizer exatamente o mesmo. Em 6 de janeiro de 2006, um francês de 77 anos invadiu o Centro Pompidou, em Paris, e atacou a marteladas A Fonte - o urinol mais caro do mundo. O vândalo foi detido. Alegou que o ataque com o martelo seria uma perfomance artística da qual o próprio Duchamp se orgulharia. A peça, que há três anos já estava avaliada em 3 milhões de euros (quase R$ 9 milhões), sofreu escoriações leves e, na opinião de marchands europeus, ficou ainda mais valorizada depois do episódio.
Cláudio Renato
Os defensores de Duchamp alegam que a revolução promovida pelo artista francês se dá pelo fato de ele não ter se contentado em estimular apenas a visão, a admiração das imagens captadas pelos olhos, mas a troca intelectual do admirador com suas peças. Ao tirar um objeto comum do contexto usual e elevá-lo à categoria de arte, Duchamp anunciava ao mundo que a habilidade manual do artista já não bastava para definir uma obra. As peças prontas, os ready made, inauguravam, destarte, a concepção de vanguarda contemporânea, da arte conceitual.
Duchamp angariou notoriedade mundial quando, com a assinatura R.Mutti, inscreveu em um concurso de arte nos Estados Unidos a peça A Fonte - um urinol comum, branco e esmaltado, comprado, em 1917, em uma loja de material de construção em Nova York. A peça foi recusada pelo júri do concurso por não ter nenhuma intervenção artística, mas, imediatamente, apareceram críticos em busca de chifres na cabeça do cavalo. Eles enxergaram no urinol contornos femininos e recorriam a explicações supostamente psicanalíticas para legitimá-lo como obra de arte: era preciso se ter em mente um membro masculino lançando urina sobre as formas femininas. Ou mesmo sêmen, em caso de masturbação.
Aos 79 anos, Ferreira Gullar é considerado o maior poeta vivo do Brasil. Pelo menos, é o que tem a fisionomia mais expressiva. Ele acredita que a vanguarda se esgotou, ao buscar apenas a novidade e negar a permanência dos valores estéticos. A tal vanguarda conceitual contemporânea tornou-se o movimento mais arrogantemente conservador e hipócrita, principalmente nas artes plásticas. No caso de Duchamp, ele explica: "na olaria, aquilo era um urinol fabricado em linha de montagem. Na casa de material de construção, era um urinol para ser vendido a um bar ou a um restaurante. No bar, não deixaria de ser urinol, onde os homens se aliviariam. Para ganhar o estatuto de obra de arte, depende de um museu. Que vanguarda é essa?" Ou seja: segundo o poeta, é a instituição que confere a legitimação de obra de arte. "Ou a obra é de vanguarda ou é institucional, as duas coisas é um contrassenso."
Há exatamente 50 anos, Ferreira Gullar redigiu o Manifesto Neoconcreto, que marcou o rompimento do grupo do Rio, encabeçado por ele, Lygia Pape e Mário Pedrosa, com os concretistas de São Paulo. Por causa da efeméride, Gullar tem sido muito procurado para explicar por que rompeu com o movimento. Autor de um livro intitulado Argumentação contra a morte da arte, o poeta diz que não podia mais tolerar o esquematismo matemático e racionalismo dogmático impostos pelos paulistas. Jamais foi perdoado pelos irmãos Augusto e Haroldo Campos e por Décio Pignatari, os corifeus do programa concretista. O didatismo de Gullar é de contundência e lucidez impressionantes. "O concretismo deveria se chamar abstratismo, porque, para se aproximar do concreto é necessário um somatório de atributos. Quando se escreve a palavra "gato", se está tratando de uma abstração. Mas quando se escreve do "gato preto do seu José que mora na última casa da rua tal, no quarteirão tal, aí vamos nos aproximando do concreto."
A obra poética de Ferreira Gullar é indestrutível. O Poema Sujo, concebido em 1976 durante o exílio em Buenos Aires e trazido ao Brasil, clandestinamente e gravado em fita cassete por Vinícius de Moraes, é uma das obras mais estudadas da literatura brasileira atualmente. Sob a angústia das ditaduras militares, Gullar decidiu "escrever um poema que fosse o meu testemunho final, antes que me calassem para sempre". Gullar é autor de 21 livros de poesia - 15 individuais e seis antologias -, dois de contos, 14 ensaios, uma peça teatral (Um rubi no umbigo, 1979) e uma biografia (Nise da Silveira: uma psiquiatra rebelde, 1996). Produziu textos originais e adaptações para a televisão, o teatro e o cinema. Em 2002, fez a melhor tradução para o português de Dom Quixote de La Mancha, de Miguel de Cervantes. É autor do belíssimo poema Traduzir-se, musicado e gravado por Raimundo Fagner em disco antológico de 1981, lançado em toda a Europa e na América Latina, um marco na música popular brasileira.
Já da obra de Marcel Duchamp, não se pode dizer exatamente o mesmo. Em 6 de janeiro de 2006, um francês de 77 anos invadiu o Centro Pompidou, em Paris, e atacou a marteladas A Fonte - o urinol mais caro do mundo. O vândalo foi detido. Alegou que o ataque com o martelo seria uma perfomance artística da qual o próprio Duchamp se orgulharia. A peça, que há três anos já estava avaliada em 3 milhões de euros (quase R$ 9 milhões), sofreu escoriações leves e, na opinião de marchands europeus, ficou ainda mais valorizada depois do episódio.
Cláudio Renato
Estava fazendo pesquisa na internet e olha só quem eu encontro! Ei menino manda notícias para o meu e-mail. simoneromero@yahoo.com.br
ResponderExcluirMe conta como você está.
Adorei o seu blog.
Beijos
Simone Romero
Duchamp quis na verdade fazer uma piada. Muito da engraçada. A metade que entendeu até hoje ri muito da metade que não entendeu. Que, infelizmente para quem gosta de arte, é a metade que domina o circuito de museus, galerias etc. Jack Barzun, historiador cujos pais eram amigos de Duchamp e Picasso, artistas com quem ele brincava quando criança, chamou os dois em "Da alvorada à decadência", livro que escreveu aos 95 anos (hoje tem 101) de "formidável par de destruidores". Não foi uma crítica nem um elogio, apenas uma constatação.
ResponderExcluirbravo!!
ResponderExcluirEsse artigo me fez lembrar da escultura que enfeitava Braz de Pina, mais especificamente localizada no largo entre o Bar Chaleirão e o Bar do Coco. Tratava-se de uma caixa de descarga usada enfeitada com pinturas modernistas, cravejada sobre um pedestal de concreto. Nunca conheci o autor, que provavelmente deve ser fã do tal Marcel Duchamp. Infelizmente, tal qual seu mentor, teve sua obra destruída por vândalos. Mais um artista incopreendido...
ResponderExcluirFerreira Gullar, esse gênio brasileiro, gênio da raça, uma vida inteira dedicada sabe a quê? Ao homem. Um Oscar Niemeyer da poesia, inquebrantável - invergável, eu diria - na sua retidão ideológica e na sua visão de mundo, no seu humanismo infinito. Um orgulho pra uma nação como a nossa, mas que muitos nem sabem quem é - tinha que ser ensinado nas escolas... "Flores em vida" a Ferreira Gullar!
ResponderExcluirO Poema Sujo é uma das coisas mais lindas, mais sublimes já escritas em língua portuguesa, em todos os tempos. Cláudio, tem uma edição nova recente que traz um CD com o próprio Gullar lendo o Poema Sujo... Arrepio é pouco, malandro!
Um abraço, meu amigo.
Claudio:
ResponderExcluirLá no MPBSapiens postei: Traduzir-se Pelos Pés de Gullar, e agora, lendo a esta postagem, posso dizer que não fui nem um pouco exagerado ao separar o Concretismo do Gullar daquilo que os articulistas da folha diziam ser.
Obrigado.
Dalton.
Como repórter nunca tive a oportunidade de entrevistá-lo. Mas como circulo no Leme e em Copacabana, às vêzes vejo o poeta passeando por lá. Dá uma vontade danada de parar e conversar. Um dia faço isto. Ainda mais depois deste texto lindo e rico em informação.
ResponderExcluirum beijo Claudio. Adoro estar aqui entre seus amigos. E adoro mais ainda quando vc me visita lá no meu blog. Desapareço um pouco no Natal. Mas antes do novo ano, passo por aqui.Saúde Sempre!
Uma iniciativa maravilhosa, publicar este texto. Ferreira Gullar pensa a arte de uma forma ampla e a descreve, como sempre, de forma simples, o que dá sempre um tom de conselho. É fundamental quando ele diz que o poema nasce de uma perplexidade sua, individual, mas como a ressonância que essa obra vai ganhar a completa. E o tema não define uma obra como genial ou não, vide o adendo em relação ao Duchamp. A perplexidade pode nascer de um amor sofrido, de um primeitro amor (temas considerados infantis para alguns), mas sua ressonância, a receptividade que adquire pode o fazer belíssimo, maduro, isso parte também do leitor. Embora o autor não escreva as verdades de mais ninguém que não seja a dele, isso deve ser muito bem escrito, o que requer muita leitura, muita sensibilidade, muita habilidade, para que então a afetação seja atingida. E aí, meus amigos, a culpa é do leitor, a emoção já foi jogada.
ResponderExcluirTexto muito bom, sensível e abrangente em sua discussão, parabéns!
Ferreira Gullar é ímpar! Uma vez ouvi ele falar que em um poema não cabe algo pessoal, a menos que esse algo pessoal crie indentificação em quem está lendo. Queria poder comentar como esse texto seu foi importante para mim, mas não consigo. Escolhe com maestria os temas de seus textos e desenvolve com muita propriedade. Parabéns!!!
ResponderExcluirAcho que grande parte da poesia é a leitura do poema, as entrelinhas dos versos, talvez essa ponte, a dos olhos até as palavras, nos leve a algum lugar - não necessariamente concreto.
ResponderExcluirTalvez fazer poesia é mais ler do que escrever. Mas o que seria dos olhos não fossem as mãos? Ferreira Gullar consegue nos delegar o privilégio de fazer poesia quando ele escreve seus poemas - nos permite participar de seus versos simplesmente por lê-los, talvez essa, sim, sua grande obra.
Parabéns, Crenato! Gostei muito.
Grande abraço!
Comentário do jornalista Rogério Imbuzeiro, fiel escudeiro do Passavante:
ResponderExcluir"
( Claudinho, não consegui publicar na TV, estou sem internet em casa, se achar que deve publica para Ouro Preto, por favor)
Concretismo é primo do Abstratismo, que por sua vez é contraparente do...
Relativismo!
Então...
tudo bem, mil vezes Gullar a Duchamp, mas :
só pelo prazer de ser um estraga prazeres --> em termos planetários, qual a relevância pragmática do Ferreirinha? Quantos por cento dos habitantes da Terra já ouviram falar no bravo maranhense?
Ok, o tal de Marcel d'Urinol também é quase um desconhecido mundial, ao menos se comparado às Madonas e Fenômenos...
... mas fiquemos aqui, Brasil : qual o percentual de conterrâneos que já ouviram falar de Ferreira Gullar? Destes, quantos já leram o poeta algum dia? Dos que leram, quantos saberiam recitar meia-dúzia de versos do vate que ficarão para a posteridade?...
Chato isso, triste até. Me faz lembrar um poeminha de alguém que esqueci quem :
MEU POETA
és nome de rua
bronze de praça
verbete de enciclopédia
mas
teus versos
já ninguém os lê...
como expressar
tamanha tragédia?
( vi certa vez numa entrevista o Drummond dizendo que seria lembrado unicamente pelo "José" musicado pelo Paulo Diniz, e por "no meio do caminho tinha uma pedra, tinha uma pedra..." -- dizia isso com um risinho, acho que mais sabiamente resignado do que melancólico... e o que dizer do Vinicius? poeta muito mais lido que Gullar mas que caiu definitivamente na boca do povo graças às dezenas de clássicos da MPB letradas por ele... e, por último, vale imaginar qual será a situação de todos, inclusive Cervantes e Da Vinci, Bach e Bethoven, daqui a 50 séculos... ou um trilhão de anos!.............. acho que salvo nos eventuais universos paralelos ou planos espirituais, nobody will be remembered, como diria o Zé )"
Sir Renato,
ResponderExcluirFerreira Gullar, o maior poeta do Brasil, jamais negou a criatividade de Duchamp. O que o crítico maranhense alega, com propriedade, é que esse expediente se esgotou há muito tempo, caiu de maduro. Ele até considera a atitude de Duchamp desabusada e válida para a época. É como os antipoemas e antirromances dos primeiros modernistas. A arte exige superação e vigor estético - que pode ser racional ou não. Agora, querer racionalizar a bobagem, como os pseudos freudianos, isso é de doer.
Abraços
Graciano Filho - João Pessoa (PB)
será que algun dia vamos escapar da ideia de que para ser arte basta estar reconhecida por uma intituiçao? Para mim a fonte critica esta postura criando um paradoxo. Pero bue, que sé yo.
ResponderExcluirLendo esse artigo, cabe uma reflexão: o que, é arte, afinal?? Se tudo é arte, nada é arte. Lembro que ano passado tive uma discussão interminável sobre isso durante uma aula de inglês a partir de um texto sobre Andy Warhol. Defendi que a arte não deve ter uma função utilitária, pois ela é uma expressão descomprometida. Neste caso, o urinol não seria arte. Mas o que falar da arquitetura, por exemplo? Em que momento a arte pode também habitar o universo do utilitário? É pra pensar...abs e parabéns pelo blog instigante!
ResponderExcluirIndependentemente da dízima periódica em que se transformar a discussão em torno do que é arte ou do que não é, o fato é que Gullart está coberto de razão quando abre discussão em torno do que é ou não produto da criação ou merece ser chamado de arte. Há filmes produzidos no Brasil que seus autores não se envergonham de chamar de obra cinematográfica. Há também músicas que ocupam cenários musicais, assim como peças de teatro que muitas vezes ocorrem em teatro - substantivamente falando. Portanto, se é ou não arte cabe a quem assiste assinalar. É importante que o artista tenha a coragem de se submeter a crivo popular - já que tamanha coragem não lhe faltou para pensar a "obra", executá-la, exibi-la e muitas vezes recorrer a investimento público - afinal a renúncia fiscal ou insenção ou apoio é/são uma maneira de abrir mão de receita. Parabéns Gullart que é, para mim, mais do que poeta, o melhor narrador de histórias de fantasmas e assombrações que já ocorreu no Brasil. Seus causos maranhenses são maravilhosos. Lhe tivessem dado uma câmera na mão há alguns anos botaria filhotes de Hitchcock no bolso. A seu favor diga-se que no Maranhão as almas penadas sobrevivem mais do que alhures... mas isso é para outro blog.
ResponderExcluirQue maravilha de post!
ResponderExcluirQue bom a existência de espaços com esta proposta!
Abraços,
Lou
Só posso dar parabéns pelo espaço e pelos textos. Fantásticos.
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