terça-feira, 12 de janeiro de 2010

O compositor do fim do mundo

Lupicínio, a lenda dos cabarés
Homenagem da torcida do Grêmio ao autor do hino oficial
Que poeta é Lupicínio Rodrigues!, exclamaria Jorge Luis Borges, porque, como no tango, só os mortos vivem nas palavras e nas canções do compositor gaúcho. O negro elegante do extremo sul do Brasil jamais deixou de cantar em cabarés. Rasgava os corações com voz delicada, versos magoados, melodramas exagerados. O jornalista Mário Marona, também dos pampas, está cercado de razão quando diz que Lupicínio é o maior fazedor de tangos do Brasil. É o intérprete por excelência dos bêbados, dos traídos, dos fracassados, dos mortos-vivos, dos abandonados, dos brasileiros sedentos de vingança e perdão. "Lupicínio era dono de um bar num casarão de madeira na beira do Rio Guaíba", conta Marona. "Criança, passava pela frente, de ônibus, e olhava fascinado. Dizem que era um puteiro frequentado pela boemia portoalegrense. Sempre que passávamos, meu pai contava alguma história. Acho que ele era habitué."


Lupicínio Rodrigues desconhecia teoria musical, não tocava qualquer instrumento e tamborilava o ritmo das canções em caixinhas de fósforos. Compunha as melodias de amor traído assoviando, para que o povo também, pelo assovio, as eternizasse. E o assovio é a herança maior que um compositor nos pode deixar, já assinalava o dramaturgo Nélson Rodrigues, ao brindar A Banda, primeiro sucesso nacional de Chico Buarque de Hollanda, em 1966.


Quando os Azes do Samba (Francisco Alves, Mário Reis, Peri Cunha, Nonô e Noel Rosa) visitaram Porto Alegre, em 1932, puderam conhecer de perto e no nascedouro o talento de Lupicínio, que, com apenas 17 anos, se apresentava nos lupanares da cidade. Noel profetizou: "O garoto é bom, vai longe". Emoção maior para Lupicínio foi conhecer Mário Reis, a quem, cantando, procurava imitar os registros macios. Aos poucos, as músicas de Lupicínio viajariam clandestinamente pelo Brasil. Era levada de navio para o Rio de Janeiro pelos marinheiros do Lloyd e da Costeira, frequentadores das zonas de baixo meretrício, os cabarés da praça Mauá.


No assovio e na caixinha, Lupicínio fez perto de 600 canções, das quais 150 ficaram registradas, entre outras, nas vozes de Orlando Silva, Francisco Alves, Cyro Monteiro, Linda Batista, Dalva de Oliveira, Elza Soares, Jamelão e dele próprio. Nervos de Aço, Felicidade (ambas gravadas pela primeira vez em 1947), Esses Moços (1948) e Vingança (1951) estão entre os maiores clássicos do cancioneiro nacional e os mais estrondosos sucessos de consequencias incontroláveis. Ao ponto de uma onda de suicídios ter se espalhado pelo país, quando Linda Batista gravou Vingança - comoção comparável à provocada por Orson Welles, em outubro de 1938, quando o jovem cenarista propôs à Rádio CBS a adaptação radiofônica, sem aviso prévio, de A Guerra dos Mundos, de H.G. Wells. Muitos americanos se mataram imaginando que de fato extraterrestres atacavam a Terra.


Lupicinio Rodrigues Filho conta que o pai teve canções gravadas na Espanha, na Bélgica, na França, em Portugal, no Japão, nos Estados Unidos, na Venezuela e em mais uma dezena de países, mas, provavelmente, a composição dele mais executada seja o hino oficial do Grêmio Portoalegrense. Em uma certa tarde de 1953, ano em que o clube completava 50 anos, Lupi e um grupo de amigos bebiam em um tradicional bar da Cidade Baixa. Preparava-se para assistir a mais uma peleja do "mortal tricolor" no Estádio do Timbaúva. Momentos antes da partida, foi informado que os bondes haviam parado. Greve dos motorneiros. Lupi sacou a caixa de fósforos, começou a assoviar e escreveu em um guardanapo os versos. "Até a pé nós iremos/Para o que der e vier/Mas o certo é que nós estaremos/Com o Grêmio onde o Grêmio estiver". Só no fim da partida, em outro botequim, completou a letra. O hino ganhou o concurso nas comemorações do cinquentenário do clube. Foi tão bem acolhido pela torcida que acabou promovido a hino oficial.

A partir de 1971 e até 1974, ano em deu o último sopro, às vésperas de completar 60 anos, no pior sufoco da ditadura, Lupicínio Rodrigues voltaria a gozar de popularidade impressionante, como nos anos 50. Suas músicas de dor de cotovelo foram regravadas por Caetano Veloso, Paulinho da Viola, Gal Costa, Elis Regina, Gilberto Gil, Maria Bethânia. É Caetano - que em 1972 gravou Volta - quem conta que Lupicínio não tinha preconceitos. Após um show para uma plateia conservadora em Porto Alegre, Caetano - que se apresentara em roupas psicodélicas, cabelos longos e trejeitos efeminados - foi apresentado a Lupicínio. Tremia como vara verde. E, ao chegar perto, percebeu que Lupi passara batom nos lábios, para deixar o jovem mais à vontade. A partir de então, o tropicalista pôde compreender melhor a adoração que o poeta concretista Haroldo de Campos devotava ao compositor gaúcho.

Lupicínio Rodrigues nasceu numa vila pobre do bairro Cidade Baixa em Porto Alegre, em 16 de setembro de 1914 e morreu (do coração), na mesma cidade, em 27 de agosto de 1974. Quarto filho do funcionário público Francisco Rodrigues e da dona de casa Abigail, teve 20 irmãos. A tendência à boemia se revelaria na infância. Lupi foi aluno medíocre. Só pensava em cantar, batucar e namorar. Aos 12 anos, já fugia de casa para participar das rodas de cantigas no bairro. Aos 14, em 1928, compôs a primeira canção, uma marchinha de carnaval que nunca foi gravada. Em entrevista ao Pasquim, Lupicínio contou a inacreditável história: "Três anos depois, a marcha conquistou o primeiro lugar num concurso oficial, executada pelo cordão carnavalesco Prediletos. Um ano mais tarde, a música foi executada por outro cordão, o Rancho Seco, e novamente ganhei. E o mais interessante: 20 anos depois, quando eu fazia parte de uma comissão que julgava músicas carnavalescas, me apareceu novamente a marchinha, desta vez cantada pelo grupo Democratas, como autoria de outros dois compositores. Eu não falei nada aos outros membros da comissão e a música novamente venceu. Deixei os meninos receberem o prêmio e até os convidei para tomarem uma cerveja comigo."


Lupicínio completou o curso ginasial e aprendeu o ofício de mecânico. Trabalhou, como operário, numa fábrica de parafusos, foi empurrador de rodas de bonde, baleiro na porta de cinema e entregador de uma livraria. O pai fez de tudo para livrar o guri da boemia. Então, aos 15 anos, com documentos falsificados para 18, Francisco apresentou Lupicínio ao Exército como "voluntário". Nas horas de folga, o rapaz cantava no conjunto formado pelos soldados do batalhão. Em 1932, foi mandado para São Paulo, mas não chegou à frente de batalha da Revolução Constitucionalista. Promovido a cabo, foi transferido para Santa Maria, a 290 quilômetros da capital gaúcha.


E foi em Santa Maria que, aos 18 anos, Lupicínio conheceu Inah, primeiro amor, que lhe marcou profundamenta a obra. Inah rompeu com Lupi, porque não aceitava a vida boêmia do compositor. Por essa ocasião, nasceram Felicidade e Nervos de Aço, dedicadas àquela paixão malsucedida. Lupicínio confessava ter ganhado muito dinheiro com o sofrimento. "Cada uma que me faz uma sujeira, me deixa inspiração para compor. Meu primeiro automóvel foi comprado com o dinheiro de um samba para uma mulher. Minha casa foi adquirida com o dinheiro de um samba que fiz para outra, também por causa de uma traição.". O doloroso rompimento com Inah estimulou Lupicínio a viajar voluntariamente, pela primeira e única vez, em 1939, com destino ao Rio de Janeiro, onde ficaria por seis meses. Nas mesas dos bares cariocas, cantaria com Haroldo Lobo, Ary Barroso e Nássara. O primeiro sucesso nacional foi Se Acaso Você Chegasse (com Felisberto Martins), de 1936, gravado por Cyro Monteiro em 1938 e, mais tarde, em 1959, por Elza Soares. Aos 25 anos, Lupicínio já se tornara lenda nos cabarés, como Lampião no cangaço.

Cláudio Renato


12 comentários:

  1. Amigo Cláudio Renato,

    Peço a licença para reproduzir aqui uma crítica sobre Lupicínio da lavra de Ricardo Cravo Albin, que, na minha opinião, é o maior pesquisador de música popular brasileira.

    Resume bem o que eu teria a dizer sobre esse poeta maravilhoso.

    Abraço

    Graciano Filho - João Pessoa (PB)


    Vinícius de Moraes emitiu uma verdade cristalina sobre os poetas e o ato poético: “todo poeta só é grande se sofrer” (versos de “Eu não Existo sem Você”, 1957). Nesse contexto, Lupicínio Rodrigues terá sido o maior dentre todos os poetas do cancioneiro. Porque ninguém exibiu – com tal opulência – os sofrimentos e as dores-de-cotovelo como o gaúcho baixinho, de voz mansa e olhos indecifráveis (uma estranha mistura de mel, sensualidade e carência afetiva).

    Exageros à parte, se o bom Lupi não for nosso maior poeta, com certeza será o que melhor destilou os amores desfeitos e as dores-de-cotovelo na história do samba-canção e da boêmia neste país.

    Um belo livro escrito por Rosa Maria Dias, “Lupicínio e a dor-de-cotovelo”, analisa a metalinguagem da fossa, do cabaré e das paixões desenfreadas contidas na obra do compositor. Quase todas as músicas do Lupi estão lá dissecadas, analisadas, investigadas. Logo na introdução do livreto, na verdade um pequeno ensaio sobre a poética lupiciana, uma citação do próprio poeta mata a cobra e mostra o pau: “Uma pessoa prestando atenção /Vê que as rimas dos versos / Que eu faço / Trazem pedaços do meu coração”. (samba “Ponta de lança”).

    No longo depoimento que Lupicínio prestou para o MIS (1968), ele lembrou que o melhor de sua vida – isto é, o mais triste – estava em suas músicas, cada música sendo uma página de sua biografia.

    Isso significa uma coisa muito simples: o poeta só entendia a vida na fogueira das paixões, todas transcritas para suas canções.

    Quando visitei Porto Alegre, para ali instalar o MIS do Rio Grande do Sul (1969), o então governador (um simpático coronel chamado Perachi Barcellos) perguntou-me o que fazer à noite. “ – Quero rever meu amigo Lupicínio” – prontamente respondi. A solicitude do poder fez disparar pela noite da cidade uns dois ou três carros da polícia à procura do poeta. Debalde. No dia seguinte, o Lupi me procurou no hotel e, ao indagar a ele o porquê do seu sumiço na noite anterior, ele se saiu apenas com um muxoxo: “ – Mas tu nem imaginas, a polícia andou me procurando, e, logo eu, sem qualquer culpa...”. Engoli em seco e mudei rapidamente de assunto.



    Ricardo Cravo Albin

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  2. Existem artistas que vão no fundo de nossas sensações. Muitas vezes sensações ou sentimentos que disfarçamos ou escondemos em uma gaveta velha. Lupicínio coloca tudo isso a tona e iguala o frequentador de cabaré com os de colunas sociais, pois ambos reconhecem as sensações expostas nas canções. Dor de amor, vingança, sapos engolidos dentre tantas outras coisas são comuns a todos. A capacidade de tocar ali fez com que lupicínio fosse lupicínio.

    Lindo texto, na verdade uma aula de quem foi lupcínio.

    Parabéns!!!

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  3. Cada vez mais fico deslumbrada com eSte Blog e com as histórias que ele nos traz. Adoro a obra de Lupscínio. Não sabia que era ele o autor do Hino do Grêmio. Entre as minhas prediletas: Nunca, Felicidade e Vingança. Ah Vingança ksksksks" Mas enquanto houver força em meu peito eu não quero mais nada. Só vingança, vigança vigança aos santos clamar..." O livro Claudio. Estes textos tem que ser reunidos em um livro!

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  4. Fiquei tão empolgada que acabei engolindo letrinhas. Foi o pensamento em "Vingança."Ksksksksk Parabéns Claudio.

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  5. Cláudio Renato:

    Sempre me intrigou o fato de Lupicínio, um negro de povo, ser gremista e tão profundamente identificado com as tradições gaúchas. Mas, outro dia, encontrei este texto assinado por ele, que explica como começou a paixão pelo Grêmio. Leiam:

    "Domingo, estive em um churrasco na Sociedade Satélite Prontidão, onde se reúne a ‘gema’ dos mulatos de porto Alegre. Lá houve tudo de bom, bom churrasco, boa música e boa palestra. Mas como nestas festas nunca falta uma discussão quando a cerveja sobe, lá também houve uma, e foi a seguinte:
    Uma turma de amigos quis saber por que, sendo eu um homem do povo e de origem humilde, sou um torcedor tão fanático do Grêmio.

    Por sorte lá estava também o senhor Orlando Ferreira da Silva, velho funcionário da Biblioteca Pública, que me ajudou a explicar o que meu pai já havia me contado. Em 1907, uma turma de mulatinhos, que naquela época já sonhava com a evolução das pessoas de cor, resolveu formar um time de futebol. Entre estes mulatinhos estava o senhor Júlio Silveira, pai do nosso querido Antoninho Onofre da Silveira, o senhor Francisco Rodrigues, meu querido pai, o senhor Otacílio Conceição, pai do nosso amigo Marceli Conceição, o senhor Orlando Ferreira da Silva, o senhor José Gomes e outros. O time foi formado. Deram o nome de Rio-Grandense, e ficou sob a presidência do saudoso Julio Silveira. Foram grandes os trabalhos para ecolher as cores, o fardamento, fazer estatutos e tudo que fosse necessário para um clube se legalizar, pois os mulatinhos sonhavam em participar da Liga, que era, naquele tempo, formada pelo Fuss-Ball, que é o Grêmio de hoje, o Ruy Barbosa, o Internacional e outros.

    Este sonho durou anos, mas no dia em que o Rio-Grandense pediu inscrição na Liga, não foi aceito por que justamente o Internacional, que havia sido criado pelo ‘Zé Povo’, votou contra, e o Rio-Grandense não foi aceito. Isso magoou profundamente os mulatinhos, que resolveram torcer contra o Internacional, e o Grêmio, sendo seu maior rival, foi escolhido para tal.

    Fundou-se, por isso, uma nova Liga, que mais tarde foi chamada de Canela Preta, e quando estes moços casaram, procuraram desviar os seus filhos do clube que hoje é chamado o ‘Clube do Povo’, apesar de não ter sido ele o primeiro a modificar seus estatutos, para aceitar pessoas de cor, pois esta iniciativa coube ao Esporte Clube Americano, e vou explicar como:

    A Liga dos Canela Preta durou muitos anos, até quando o Esporte Clube Ruy Barbosa, precisando de dinheiro, desafiou os pretinhos para uma partida amistosa, que foi vencida pelos desafiados, ou seja, os pretinhos. O segundo adversário dos moços de cor foi o Grêmio, que jogou com o título de ‘Escrete Branco’. Isso despertou a atenção dos outros clubes que viram nos Canelas Pretas um grande celeiro de jogadores e trataram de mudar seus estatutos para aceitarem os mesmos em suas fileiras, conseguindo levar assim os melhores jogadores, e a Liga teve que terminar.

    O Grêmio foi o último time a aceitar a raça, porque em seus estatutos constava uma cláusula que dizia que ele perderia seu campo, doado por uns alemães, caso aceitasse pessoas de cor em seus quadros. Felizmente essa cláusula já foi abolida, e hoje tenho a honra de ser sócio-honorário do Grêmio e ter composto seu hino que publico ao pé desta coluna."

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  6. Li a entrevista do Lupicínio, tempos atrás, no Som do Pasquim, compilação editada pelo próprio pessoal do jornal por meio da extinta e saudosa Codecri, que achei baratinho num sebo. Além de músico fantástico, era engraçado e tinha lá sua sabedoria, mesmo com as dores monstruosas de cotovelo que o marcaram para a posteridade.

    Além da já tradicional aula de jornalismo do CR, acrescentam-se ainda os comentários enriquecedores da 'turma da arquibancada'.

    Sensacional !

    abraços !

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  7. Lupicinio Rodrigues, é bom que se diga, foi um dos raríssimos exemplos de genuíno sucesso que se deu fora do eixo Rio-São Paulo. Como diz o texto, Lupicínio só vem ao Rio em 1939, e fica por seis meses. As músicas viajavam mundo afora na cabeça daqueles que sofrem por amor traído, desiludido...

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  8. A primeira vez que ouvi o nome Lupicínio Rodrigues foi na casa de meu pai, que adorava o cantor. Falava bastante dele, mas, talvez por ser muito criança, não me recordava de nenhuma música. Tempos depois, ao pegar emprestado de uma namorada um disco do Paulinho da Viola, onde ele, curiosamente, só cantava músicas que não eram suas, deparei-me com "Nervos de Aço". Aí, pensei: "Pô, o Paulinho é bom mesmo!". Depois de ser corrigido pela dona do disco, que me explicou que a música era de um tal de Lupicínio Rodrigues, entendi a razão de meu pai adorar tanto o cantor gaúcho. E pensei (de novo): "Pô, o Paulinho e meu pai são bons mesmo... Culpa do Lupicínio!"

    Abraço, Crenato! Belo texto e, como sempre, uma aula.

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  9. Aprendi a gostar de Lupicínio ouvindo Jamelão na vitrola do vizinho. Depois, na interpretação de grandes cantores e outros interpretes menos famosos, mas não menos intensos, na Penha, sob a batuta do Clóvis, sete cordas do próprio Jamelão (muitas vezes em sua companhia, Cláudio).
    Ainda hoje, basta meia dúzia de senhores se reunirem num bar de esquina e, não demora muito, aparece logo um bom Lupicínio.

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  10. Que maravilha, Cláudio!

    Só agora leio, atrasado que ando estes dias... "Nunca" e "Nervos de Aço" me arrebatam a qualquer hora, do dia ou na noite, ainda mais a mim, que - até no samba, você sabe - gosto mais das músicas que trazem sofrimento...

    Anézio: Jamelão cantando Lupicínio é uma das coisas mais lindas que a música já produziu, em todas as épocas. Cláudio e Bruno, cheguei a um CD do imortal Intérprete mangueirense cantando o gaúcho uns seis, sete anos atrás, por indicação do nosso querido Manoel Alves, o Ovo. Indescritível.

    Abraço!

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  11. Claudionor,
    Este velho colega gremista aproveita o belo texto para registrar alguns detalhes: o hino do grêmio foi composto após o ex-colorado Tesourinha, reserva da seleção em 50, ter voltado de S. Januário para se tornar o primeiro negro a jogar pelo Grêmio. Lupi porém era tricolor desde sempre. Nos anos 40/50 deixava seu carro em uma oficina da GM aos cuidados de outro gremista fanático, um mecânico e ex-pracinha que o acompanhou pela boemia algumas vezes. Era Aldo de Vargas, meu pai.
    Abração

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