sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Rio, como nunca antes na história deste país

E como continua linda!
O mineiro Milton Nascimento e o baiano Gilberto Gil compuseram, na virada do século, a linda e emblemática canção intitulada Sebastian, uma manifestação sincera de amor à cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, "tão castigada e tão bela." Quase impossível não se orvalharem as maçãs do rosto em lágrimas. "Cada parte do teu corpo/Cada flecha envenenada/Flechada por pura inveja/é um pedaço de bairro/é uma praça do Rio/Enchendo de horror quem passa." O estribilho, que invoca o nome do padroeiro, é comoventemente berrado pelos dois titãs da música popular brasileira: "Sebastião! Sebastião!" E um apelo dramático na oração: "Ó, cidade, ó menino/Que me ardem de paixão/Eu prefiro que essas flechas/Saltem pra minha canção/Livrem da dor os meus amados!"


A inveja, o mais temível dos ressentimentos, paira sobre os cidadãos cariocas desde 1763, quando o marquês de Pombal transferiu a sede da colônia de Salvador para o Rio de Janeiro. Em 1808, com a transmigração da corte portuguesa, em consequência das guerras napoleônicas, o Rio passaria a ser o centro das decisões do Império Português. De 1815 a 1821, o poder se concentraria ainda mais na cidade, elevada à capital do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. E assim permaneceria, com a independência política do Brasil e a proclamação da República, até 1960, quando perdeu o primazia, pela decisão no mínimo controvertida do governo de Juscelino Kubitschek de transferiar a capital para o Planalto Central. Seguiram-se o esvaziamento, o escárnio e a humilhação da Cidade Maravilhosa.


Que os cariocas façam figa, porque o Rio de Janeiro volta a seduzir a atenção mundial, com a eleição da cidade para sediar as Olimpíadas de 2016, que deverão atrair investimentos de US$ 14 bilhões. O Rio também abrigará os principais jogos da Copa do Mundo de 2014 (a final será no Maracanã) e poderá desfrutar da saúde econômica e financeira com a descoberta de novas reservas de petróleo e gás nas camadas profundas do pré-sal que, a longo prazo, deverá movimentar US$ 440 bilhões em desenvolvimento de tecnologia, ampliação da capacidade instalada da indústria, construção de estaleiros e formação de mão de obra.


A Guanabara, um dos sítios naturais mais magníficos do mundo, começa, mais uma vez, a ser alvo dos invejosos e pescadores de águas turvas, que já querem dividir o dinheiro do pré-sal, inaugurar a Copa do Mundo em São Paulo e batizar os Jogos Olímpicos de 2016 como Olimpíadas do Brasil, em detrimento da tradição olímpica moderna, desde o Barão de Coubertin (1863-1937), que consagra todos os privilégios e responsabilidades à cidade-sede. Calma, porque tem para todo mundo. E todos passarão! Desviem, pelo menos um pouco, o olho grande e esbugalhado da "imagem tão castigada e tão bela" de São Sebastião.


Ao se ouvir esta canção de Milton e Gil, a pergunta se impõe: De onde parte tanta aleivosia, tanto rancor contra uma cidade que deu à luz Machado de Assis, Pixinguinha, Tom Jobim, Vinícius de Moraes e tantos outros iluminados, além de um povo tão alegre? De uma elite hipócrita e de uma classe média falida e ressentida, de diferentes origens, muitas vezes, infelizmente, nascidas no próprio Rio de Janeiro. São pessoas sempre prontas a manifestar desconfianças e a atacar covardemente qualquer iniciativa, porque sabem que nunca nada será perfeito. Esperam ansiosamente o erro, apostam no fracasso e jamais reconhecem os acertos. Gente que despreza um presidente operário, porque este, origem humilde, é monoglota, só tem nove dedos nas mãos (chegam a dizer que ele teria posto a mão esquerda na prensa de propósito para perder o dedo mínimo), chora como criança, bebe cachaça e fala diretamente aos mais pobres. Fingem esquecer que, por muitos atributos, é admirado no mundo inteiro, disputado por autoridades, que se acotovelam como tietes só para ver ele passar.


Pelo menos por uma semana, nos deixem ser ufanistas e orgulhosos. Cuidem de suas economias. Contem os seus vis metais. Cumpram com suas obrigações. Corram para o psicanalista, procurem autoajuda. Mas, por caridade, nos deixem botar o bloco na rua em paz!


Para reflexão (sem querer espicaçar mais ainda a inveja de ninguém), assistam ao vídeo de apresentação do Rio de Janeiro, preparado pelo Comitê Olímpico Brasileiro.


Cláudio Renato


22 comentários:

  1. Claudio
    Essa matéria sobre o Rio só podia ser sua. É uma das características dos que tem a alma carioca na dimensão do ser e a mente universal na dimensão do espaço. Parabéns, meu amigo! E parodiando o saudoso Ibrahim: "Os cães ladram e a caravana passa"...
    Um grande abraço carioca
    Sergio Dutra

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  2. parabéns mais uma vez meu caro.... acordar com um texto como esse é uma maravilha.... agora, como bom baiano, acho que não vou precisar procurar um analista... vou é me mudar praí....

    abraço

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  3. Vou aproveitar a deixa do mundo para tentar retomar um projeto dos mais controversos e polêmicos: criar a Academia Carioca do Chope. Discutida e abandonada na mesma mesa de bar, há uns seis ou sete anos, na companhia de Gustavo Almeida entre outros, a idéia que não sobreviveu ao fechamento da conta consiste em criarmos um grupo de discussão e debate (ou seja, chope) para resolvermos os problemas municipais. Chega de discutirmos só o mundo e o Brasil. Vamos estabelecer uma ordem de prioridades impondo que a solução de questões cariocas deverá estar sempre na ordem do dia. Assim, desta feita, estará integrado ao grupo aquele indicado e referendado por nós devendo, acima de tudo, ter a tal da carteira de identidade. Me desculpem os irmãos baianos, mineiros, goianos e gaúchos. Mashshsh o papo aqui será nosso. Apenas. Depois de 2016 a gente até reavalia. caldinho de feijão, torresminho e chope na pressão. Esse será o chá das cinco do bando.Aceito sugestões para a sede.

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  4. Cláudio,
    Esse texto é providencial para refletirmos.. Dizem que a inveja é uma admiração mal intencionada.. Tem brasileiro criticando a vinda da Copa e das Olimpíadas, alegando que vai ter arrastão, que a vinda de gringos vai dar muito dinheiro pro tráfico, quando na verdade temos que ser otimistas, pois não é sempre que temos como mostrar ao mundo que o Rio, assim como o Brasil é uma potência econômica, cultural, mundial.. Se pensarmos que o trabalho e o dinheiro será bem investido no esporte, a oportunidade de termos novos talentos, mudar a vida dos jovens e descobrirmos uma nova geração olímpica pra valer no Rio..
    Quem não gosta tem inveja mesmo..
    "Rio de Janeiro, gosto de você.."
    Eu me senti orgulhosa com a emoção do Lula, precisamos de mais políticos sensíveis e humanos, gente que pensa em gente e não somente em cifrão..

    Eu virei simpatizante (quase devota) de S.Sebastião graças à essa música de Gil e Milton!
    É isso, parabéns!

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  5. Palavras cariocas, meu caro. Belo texto. Estás coberto de razão, há quem sempre torça contra, porque, ironicamente, nunca enxerga em si qualquer vitória na vida. Pior do que não saber perder é não saber ganhar.

    Inveja, recalque. Estão acostumados a adquirir conquistas, ao invés de merecê-las. E defines muito bem isso, com sua costumeira língua afiada, ácida e certeira:

    "Pelo menos por uma semana, nos deixem ser ufanistas e orgulhosos. Cuidem de suas economias. Contem os seus vis metais. Cumpram com suas obrigações. Corram para o psicanalista, procurem autoajuda. Mas, por caridade, nos deixem botar o bloco na rua em paz!"

    Dai Cesar o que é de Cesar, e a Sebastião o que é de Sebastião!!!

    Abraço!

    Quintella

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  6. Eu vi alguns paulistas, por exemplo, consumidos pela mais pura inveja no momento do anúncio oficial da cidade-sede. Enquanto alguns gritavam desesperadamente pela conquista inédita não só para o Rio ou Brasil, mas para toda a América do Sul, outros torciam o nariz e mal podiam disfarçar a insatisfação.

    Por ter sido a capital do país, até hoje o Rio atrai para si todos os holofotes. Com toda razão: a cidade é linda, as pessoas são cativantes, nós somos o berço do samba (ah... cada dia na Portela tenho mais certeza disso!), do carnaval e temos uma alegria intrínseca de quem aprende cedo a fazer de um limão uma limonada. O Rio tem problemas, é verdade. Mas qual grande cidade do mundo não tem?

    Não foram só os brasileiros de outros estados que sentiram inveja. E os espanhóis? Depois de tanta besteira dita durante a disputa, agora é a hora de dizer: Madri, por qué no te callas?

    Por favor, nos deixem ser felizes em paz!

    Um beijo grande, meu amigo

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  7. Assino! Difícil aguentar esses caras torcendo contra... Abraço.

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  8. Fala! Meu Faixa.
    Vamos deixar de lado um pouco dessa coisa de inveja e pensar no seguinte:

    primeiro: é preciso estar de olho nos investimentos públicos e privados. As contas do Pan até hoje não fecharam e quando se trata de corrupção nós somos medalha de ouro em impunidade.

    segundo: é preciso ter competência, o que não nos falta. Mas Montreal e Atenas são exemplos que as favas não estão contadas.

    terceiro: esporte e educação são coisas que andam juntas. É público e notório o desastre da educação nesse país, sobretudo no Rio (estado e município). Nosso desempenho em Olimpíadas é de dar vergonha; enquanto Cuba, uma ilhota comunista do Caribe...Por que será?

    quarto: O Rio é mais que zona Sul e Lapa (como aparece no vídeo). O legado do Pan para a zona Oeste foi zero e a zona Norte continua num abandono de dar dó.

    A oportunidade que o Rio vai ganhar comparo a 1808. E para voltarmos a ser a "Nova Lisboa" a "Cabeça do Império" temos que esquecer a inveja, olharmos para dentro de nós mesmos, e tomarmos consciência da dimensão dessa cidade. De cabo a rabo. Dos choros bossa nova aos chorões da Penha e de Braz de Pina (cada vez mais raros).

    Para quem percorre, assim como você, essa cidade (de Thomaz Coelho à Gávea) de TX ou busão, sabe que ela está mais para o reino do conflito (que constrói)do que para o mito da cidade maravilhosa, cheia de lá, lá, lá...
    Não é por acaso que o Rio foi fundado sob armas e flechas. Não é por acaso, meu Faixa, que a cidade tem como padroeiro um santo flexado. Você sabe da minha fé e devoção.
    São Sebastião olhai por nós.

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  9. Sir,

    Confesso: estou morrendo de inveja do Rio de Janeiro.

    Agora, só me resta sair com umas folhas de papel almaço, recolhendo assinaturas para a campanha de João Pessoa - 2024

    Como foi o show de Alaíde?

    Graciano Filho - João Pèssoa (PB)

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  10. De Adriana Oliveira, de Cuiabá

    "Houve um tempo em q a influencia do Rio sobre Cuiabá era muito grande. As famílias mais abastadas mandavam seus filhos estudar no Rio. E cuiabano para mostrar que era letrado tinha que falar cantado como o carioca, rs. Até hj é possível encontrar dessa herança por aqui. Mas q lugar deste país não foi ou é fortemente influenciado pelo que vem daí? O Brasil é carioca agora! E essa inveja q paira pelo Rio tbm paira sobre Cbá por ocasião da escolha das sub-sedes da copa do mundo. Que se dane os invejosos eles nada podem mudar. Seu texto foi muito bem escrito Cláudio. Parabéns duplamente!"

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  11. Comentário do jornalista Gustavo Gomes

    Fala Cláudio,

    posta aí este comentário, que essa joça não funciona aqui.

    Incongruências, incoerências, relativizações e contradições.
    Somos um povo que acorda acreditando em Deus e vai dormir
    abraçado ao Diabo. E acredite: é do Rio de Janeiro que partem
    as náus da polêmica, da dúvida, e da loucura que tanto encantam
    os estrangeiros, e confundem a nós mesmos, brasileiros.
    Acredito na nação jovem que se constrói ainda,
    molda sua cara, caráter, e forma.
    Vejo nos botequins com quadros de Nilton Bravo,
    onde aparecem ninfas em prados,
    e ao fundo o Cristo Redentor, Corcovado...
    Vejo nos prédios de colunas romanas,
    no centro da cidade, com figuras portuguesas ameaçadoras,
    e figuras de índios nus, inocentes...
    Vejo neste presidente, operário, sem dedo e sem vergonha...
    Vejo a construção do Brasil. A identidade se formando.
    E no discurso aos delegados do COI, no primeiro parágrafo, se escreveu, não sei quem
    foi, se foi brasileiro ou estrangeiro, se foi o próprio Lula ou um diplomata ou um marqueteiro,
    uma tradução do que somos, que reproduzo aqui.
    "Com muito orgulho, represento, aqui, as esperanças e sonhos de mais de 190 milhões de brasileiros. Muitos nos acompanham pela TV neste momento, em telões nas areias de Copacabana, nas vitrines das lojas de São Paulo ou em pequenos televisores às margens do rio Amazonas. Estão todos unidos, torcendo pelo Rio de Janeiro.Somos um povo apaixonado pelo esporte, apaixonados pela vida. Olhando para os cinco aros do símbolo olímpico, vejo neles meu país. Um Brasil de homens e mulheres de todos os continentes: americanos, europeus, africanos, asiáticos, todos orgulhosos de suas origens e mais orgulhosos de se sentirem brasileiros. Não só somos um povo misturado, mas um povo que gosta muito de ser misturado. É o que faz nossa identidade."
    Por um momento, se foi a inveja.
    E se viu e sentiu claramente o amor imenso e profundo que todos os brasileiros sentem pelo Rio. Cidade-sede agora. Mas antes, cidade-resumo do Brasil.
    Abraços ao amigo Cláudio Renato.

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  12. Cláudio,

    o Rio de Janeiro ganhou o direito a um novo futuro. E isso só não vê quem não quer. Como os imbecis da objetividade, que fingem viver sem sonhos e sem esperança e a aguar os dos outros. O Rio de Janeiro precisa voltar a se gostar. Porque, não duvide, excetuando-se parte dos paulistanos (não digo nem dos paulistas), o Brasil todo sempre amou e ainda ama esta cidade, que sempre o sintetizou e o espelhou.

    Sinto-me à vontade para falar disso. Eu, que não nasci aqui mas que aqui fui gerado; eu, que para cá vim de férias, pela primeira vez, com um ano e meio; eu que, na lonjura de São Luís, sempre me soube Flamengo e Portela; eu que, depois de vir para cá janeiro após janeiro, desembarquei de vez (aos dez anos, sete meses e três dias) na rodoviária para realizar o sonho - antigo (desde o ventre?) de aqui morar; eu que amo o samba (quase que) mais do que tudo, desde o berço; eu que a cada dia tenho o encanto pela vida renovado por causa da minha filha... Ela que, não por acaso nascida no Rio - de pai maranhense-carioca e mãe mineira-carioca -, me relembra a cada instante dessa mistura tão bela porque tão carioca e, por isso mesmo, tão brasileira.

    Cláudio, permita-me ainda: o Lula é do caralho!

    Um abraço.

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  13. Que texto providencial! Não sou Petista ou Lulista, muito menos a favor de tucanos (desses de uma espécie que se assemelha aos urubus) , não sou de esquerda ou de direita (nos dias de hoje nem sei bem o que é isso). Seria de uma tolice absurda ignorar como foi importante o Lula para essa conquista. Também importante é a gente verificar a força de uma cidade que apesar de massacrada e atacada (justamente por seus irmãos) tem mundo a fora. Lula sabe que o Rio é a cara do Brasil. Uma cidade cosmopolita e que ainda é o retrato de um País plural. Não existe Olimpíada do Brasil, existe a Olimpía do Rio, única cidade que sempre teve a cara do Brasil. Não somos uma cópia mau feita de NY ou de qualquer outro lugar, somos leves e alegres e grandes como o nosso País. O texto é oportuno, pois talvez a maior dificuldade que nossa cidade vai enfrentar não seja estrutural, de segurança e etc. É a inveja! Parabéns não só pela qualidade do texto, mas principalmente por levar à tona algo que já circulava e preocupava a nossa cidade.

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  14. Este texto é digno de encerramento de JN e de abertura da Rio 2016. Sem brincadeira, Claudio, lindo.
    Aproveita põe uma arruda aí em cima no blog e uma lança de São Jorge. Oh Blog charmoso e inteligente.

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  15. Muito bem, meu amigo, é isso aí!

    Viva Nós!!!

    Acho que o Noel e especialmente o Chico Buarque mereciam ser acrescentados àquela lista: Machado de Assis, Pixinguinha, Tom Jobim, Vinicius... se o momento é de gritar de felicidade, exultar de orgulho e hurrar de esperança, que aumentemos nossa coleção de cariocas ilustres, geniais, amados.

    Quanto ao Lula, acho que ele é mesmo aquele presidente de origem popular que chegaria ao poder na virada do milênio, conforme profetizado na década de 50 num texto do Chico Xavier; um estadista que geraria muita desconfiança num primeiro momento, que sofreria abalos graves quando no poder, mas que acabaria se tornando uma figura de projeção mundial, uma liderança dos países pobres que influenciaria dirigentes de países ricos, para a construção de um novo paradigma político e econômico na face da Terra... li certa vez esse texto, de 1952, que também fazia referências ao suicídio "do Getúlio", à decepção "com Jango", aos "anos sombrios", novas decepções com outros presidentes e, finalmente, "o Lula".

    Dito isto, acho apenas que às vezes não se trata necessariamente de "desprezo", como você citou, mas de crítica mesmo a coisas que o Sapo Barbudo andou fazendo e dizendo, antes de se tornar o Príncipe Planetário. Ninguém é perfeito...

    No mais, pra quem não leu, achei muito legal a crônica do Jabor da última terça-feira, também de louvor ao Rio -- neste endereço:

    http://www.otempo.com.br/otempo/colunas/?IdEdicao=1441&IdColunaEdicao=9767

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  16. Um texto necessário!
    2016 traz ao Rio o que perdemos com os invejosos: nosso prestígio. Mas também só, porque o que nos resta de charme é um absurdo!
    Obrigado, Lula!

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  17. Claudio Renato!

    Mais um belo e necessário texto!

    Gostaria de perguntar à Rita de Cássia onde posso encontrar o texto que ela citou, de 1952, com as "profecias" do Chico Xavier.

    Abraços Fraternos!

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  18. PS :

    não precisamos ir a São Paulo... alguns jornais daqui, como o EXTRA, abordaram os recentes conflitos nos trens suburbanos de uma maneira apelativa, melodramática, sensacionalista, marronzaça mesmo, totalmente inadequada neste momento em que o Rio tem a oportunidade de finalmente começar a sair da lama e do lixo em que foi afundado nos últimos anos ou décadas. Não devemos tapar o sol com a peneira, mas devemos nos esforçar para fazer um jornalismo sério e responsável.

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  19. Infelizmente não sei onde encontrar o texto que mencionei, onde o Chico Xavier fazia suas "profecias" políticas. Mas foi numa revista espírita muito antiga que li numa biblioteca. Lembrando que o texto era de 1952...

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  20. Sem querer ser pessimista (e chato pra caramba), devo lembrar que o RJ não é o Brasil. Daqui do meu novo país (Pará) fico com pena dos investimentos maciços que vão ocorrer novamente no RJ em detrimento dos outros estados. Digo país pq, realmente, parece q o Norte não faz parte do Brasil. Aqui falta tudo., até saneamento básico. O esgoto corre a céu aberto (no centro de Belém), pelo meio-fio. Não vejo vantagem alguma. Os investimentos serão superfaturados e nada ficará de bom pra quem realmente precisa (baixada fluminense, subúrbios, interior do RJ, e outros estados da federação. A impressão que eu tenho é que estou financiando uma mega festa de 15 anos para meu filho em 72 vezes com juros, morando num barraco. No fim os convidados é que aproveitam de verdade.... OBS: o que sobrou do PAN além de dívidas ?

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  21. E São Sebastião (ele, é claro!) ainda elegeu o Rio como o melhor destino gay do mundo. Salve o Rio! Salvem o Rio!
    Esta cidade sempre me emocionava quando passava todas as minhas férias com os meus avós em Copacabana. Quero voltar a ter vontade de ir aí sem morrer de medo de sair do aeroporto.

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  22. Grande Claudio:

    Nos conhecemos há pouco. Essas questões bairristas, para um Anarquista como eu, vêm todas com uma interessante carga emocional. Sem entrar nos méritos das questões de ambos os lados, creio que a composição, O Circo Místico, do nosso Chico, sirva bem para atender às espectativas:

    Não
    Não sei se é um truque banal
    Se um invisível cordão
    Sustenta a vida real

    Cordas de uma orquestra
    Sombras de um artista
    Palcos de um planeta
    E as dançarinas no grande final

    Chove tanta flor
    Que, sem refletir
    Um ardoroso expectador
    Vira colibri

    Qual
    Não sei se é nova ilusão
    Se após o salto mortal
    Existe outra encarnação

    Membro de um elenco
    Malas de um destino
    Partes de uma orquestra
    Duas meninas no imenso vagão

    Negro refletor
    Flores de organdi
    E o grito do homem voador
    Ao cair em si

    Não sei se é vida real
    Um invisível cordão
    Após o salto mortal

    Parabéns pelo texto, que tem me cativado a cada nova leitura, quando o meu site a permite.

    Abraços.

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